segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Des...Motivação

A equipa está no fundo do poço. Quando o Izmailov joga o jogo inteiro, o Jeffren foi o melhor jogador da equipa e o Patrício não fez uma defesa....isso pode significar o Paraíso ou o Inferno. Neste caso a hipótese verdadeira é mesmo a última. A nossa equipa está completamente esturricada! E não são os pés, os joelhos ou as pernas...é mesmo a cabeça.


Já joguei à bola e já tive mais de 6 jogos a perder e sei que por esta altura, vestir o equipamento já custa, quanto mais ganhar um jogo. Nada sai bem e parece que ao adversário tudo é fácil. “Somos uma merda” é uma frase que dizemos 45 vezes a nós próprios durante os 90 minutos. Não se dividem bolas com garra, não se arrisca num passe de mais de 20 metros, corre-se enquanto a bola está perto de nós....a isto chama-se desmotivação.

Não há nenhum mistério, nem é difícil entender o que afecta o Sporting. O difícil é mesmo ultrapassar a coisa e sair das brasas quentes e mortalmente confortáveis das derrotas. É que se chega a um ponto em que se para de lutar e todas as opções drásticas são vistas com bons olhos...tipo “vou jogar para outro lado” ou “que se fodam estes gajos” e ainda “quem me dera estar lesionado”.

Claro que há uma grande diferença. Eu quando jogava, recebia uma boleia num autocarro decrépito, uma sandes e um sumo. Estes jogadores recebem muitas dezenas de milhares de euros. Mas se o ordenado é diferente o problema é o mesmo.

Como resolver?

Não sei e aposto que nem o Mourinho sabe. Uma sucessão de vitórias e uma sucessão de derrotas são objectos “vivos” que são muito complicados de parar e de explicar. Mas quando se ganha, também não se perde muito tempo a pensar nisso...quando se perde parece que nada há para pensar senão nisso.

Pode-se então dizer que o Sporting mergulhou num padrão psicológico, uma psicose.
Não dá para comer, descansar, não dá para concentrar ou relaxar...e isso afecta os treinos, os jogos, a vida privada de cada jogador e torna-se portanto cada vez mais imune à ”cura”.

Psicólogos, terapeutas, psiquiatras...não há nenhum ilustre doutor que passe umas boas horas com estes jogadores? É que já não vamos lá com eleições, chicotadas, pedradas ou outros tipos de “pressão psicológica”

SL

2 comentários:

  1. Análise perfeita da situação. O trágico (já passamos à muito do dramático)é que nós, simples adeptos, já estamos na mesma e sentimos esta vertigem para a inevitabilidade. Eu neste momento já nem consigo ver qualquer jogo com prazer, comporto-me como um esquizofrénico, se estiver a ver o wraklav Fc contra o Kislev e alguém falha um golo à frente da baliza penso logo «Pois se fosse contra o Sporting não falhavas!» e em simultâneo «Pois, esta parece uma das nossas». 5ª feira lá vou, como muitos de nós, cheio de esperança, mas ao fim de 5 minutos começa-se apoderar de mim um estado neurótico reflexo do que vou assistindo no relvado...

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  2. Quinta-feira o Sporting vai ganhar. Aliás, o atractivo desta época vai ser a sucessão de vitórias nas 3 competições que restam. Não ganharemos o campeonato nem a Liga Europa (na taça da Liga estou-me cagando) mas teremos o Sporting a carburar. Vai ser como nas corridas em que um piloto tem uma sucessão de problemas mas depois vai batendo a volta mais rápida e ganhando alguns lugares embora fique longe dos primeiros. Estou a falar a sério. O treinador parece-me um tipo sério. Convinha era que, depois da adaptação, arranjasse um adjunto.
    Agora, para meter nojo. Tenho bastante antipatia por aquela perspectiva de muita gente que, quando vê um jovem jogador a dar uns toques, acha logo que está ali um futuro craque. Depois, é só multiplicar esse jovem por 11, e temos uma super equipa. Bullshit. 95% (ou 99%?) dos bons juniores não serão craques nem sequer grandes jogadores. Uma equipa de topo, que quer ganhar muito, não depende da formação. A formação é supletiva, não a pedra angular. E a formação é cara. Não há nenhum clube grande europeu que tenha uma maioria de jogadores da sua formação. O Barcelona é um caso excepcional. Tem uma grande base de recrutamento sendo o simbolo da Catalunha mas gasta rios de dinheiro em aquisições, não se iludam. Ter uma estrutura para detectar talentos à escala global é tão ou mais importante. Isto veio-me mais uma vez à cabeça depois de ver duas vezes quase seguidas (Genk e Setúbal) o Cédric a esquecer-se de dar um passo em frente para colocar o adversário em fora de jogo. Resultado: 2 golos sofridos.

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