segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Prefácio de um grande derby


Era preciso vencer. Vencemos. Era preciso lutar. Lutámos. Era preciso não fraquejar com algum percalço. Não o fizemos. O Arouca não é uma equipa do outro mundo, nem sequer é das melhores da nossa Liga, mas como em tantas outras épocas é nestas partidas que se esconde o "ouro" do nosso campeonato. O jogo começou bem, com boas movimentações do Sporting e um Arouca a ver o que dava. Na segunda vez que vão à área, num cruzamento, Tobias tenta tirar os braços para trás das costas e é nesse movimento que a bola lhe toca. Penalti. Portanto, o futebol tem agora uma lei em que uma equipa sai penalizada por ter um comportamento desportivo correcto. Tobias não foi azelha, nem sequer incauto, teve apenas azar. 1-0 e completamente injustificado. Podia ter começado ali uma partida diferente, mas não foi assim. 

O Sporting respondeu de imediato. Num brilhante movimento de Mané (boa partida, a melhor da época) Montero foi "assassino" e matou a injustiça no marcador. Podia ter mudado a partida outra vez, mas não mudou. Veio o intervalo e o jogo continuou igual. Mané, outra vez remata/cruza dentro da área e Carrillo chega primeiro e repõe a verdade no jogo. 1-2 num lance em que o árbitro serviu de pino e que, contra a sua vontade (literalmente) ajudou o Sporting. O Arouca pede pénalti num lance com Jonathan, na repetição vê-se claramente que o argentino disputa a bola e consegue desviá-la para canto, para os comentadores da SportTV, mesmo em câmara lenta, ficou um pénalti por marcar…isenção? Rigor? Verdade? Esqueçam lá isso, bastava ouvir as vozes graves e desiludidas a narrar os golos do Sporting em oposição à explosão de ânimo no golo do Arouca para entender que há rivalidades que transparecem na voz e nos olhos de quem nos informa, mal, do que estamos também nós a ver.

Na frente do marcador, o Sporting podia ter mudado a partida. Mas não mudou, ou melhor, recuou Adrien (actuou como médio de ligação quase ao lado de J.Mário e fez um partidaço) para mais perto de William (está de volta o nosso tanque de guerra)  mas a dinâmica do jogo foi igual. O Arouca não queria marcar golos, queria pénaltis, tal é a confiança que existe nos árbitros, mas depois de já ter feito o que fez no início, o senhor do apito não quis ir parar às primeiras páginas e apitou o que viu. 

Andava o Arouca entretido a bombear bolas para o quintal do Sporting, quando num canto…Marco Silva faz sinal a Tobias e Montero traduz em "goleador"…numa cabeçada exemplar (de difícil execução) o nosso "air figueiredo" fecha a incerteza do jogo. Bom prémio para repor a injustiça do penalti. Até ao final apenas nota para Tanaka que quase marcava descobrindo caminho para a baliza no meio de uma floresta de pernas. Uma vitória tão justa como saborosa. 3 pontos que isolam cada vez mais o trio da frente, o Braga e Guimarães parecem cada vez mais incapazes de aguentar a pedalada dos candidatos. O Guimarães precisou pela 2ª jornada consecutiva de um penalti salvador para empatar o jogo.

Entramos na preparação para o derby, que vale provavelmente uma mudança no campeonato. Em caso de vitória o Sporting ficará apenas a 4 pontos do líder (e com vantagem no final das contas em caso de empate) o que com quase meia Liga por disputar pode ser um forte soco na "segurança" dos rivais de Lisboa e a prova dos nove sobre a qualidade do seu plantel, que eu e muita gente diz ser pouca e concentrada em apenas 3 ou 4 jogadores. O colinho disfarça muita coisa.
As bilheteiras esperam por nós e nós vamos encher Alvalade. Essa é a nossa parte do derby.


SL 

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