sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O momento certo

Todas as eleições num clube de futebol são momentos importantes. É nelas que se decide quem irá estar ao comando, mas sobretudo quem irá definir o que é e o que poderá ser o clube no futuro. Mais significativo que isto não fica. Nas últimas eleições do Sporting o foco era a vertente financeira, o clube vivia amarrado por pesados endividamentos e sem margem para revitalizar desportivamente aquilo que já era um verdadeiro sufoco de agendas de empresários que detinham mais poder no balneário da equipa que o próprio Sporting.
Os adeptos cansaram-se de projectos e projects, de finance e finanças e tudo que queria era eleger alguém que garantisse o máximo de travão à delapidação do pouco património desportivo e físico que ainda restava. As palavras "banca", "investidores" ou "reestruturação financeira" foram repetidas ciclicamente em todos os discursos e análises.

O melhor mérito que se pode dar ao mandato de BdC é que nas próximas eleições o tema das finanças do clube não será tão esmagador. O clube fez um intenso trabalho de emagrecimento e de negociação, aproveitando o facto de também a banca não ter interesse em liquidações ridículas e execuções de contratos que em nada beneficiariam as partes. Apesar de toda a campanha de choraminguice vermelha (curioso como os que se dizem ricos reclamarem do pouco que se dá a quem chamam arruinados) a reestruturação foi feita, está a ser cumprida e, para espanto de muitas aves de agoiro, está a devolver ao Sporting alguma autonomia, que em último grau também tem favorecido o saldar faseado das dívidas. Ao contrário de muitos a quem empurraram os desfalques para o buraco sem fundo dos "bancos maus", o Sporting está a pagar as suas dívidas.

Mas toda a recuperação financeira tinha um alvo bastante específico que ia muito para além do evitar de fechar as portas. BdC bem cedo mostrou que o seu grau de exigência não se apaziguaria com o modelo de clube "bem comportado" que olhando só para os números aceitaria um papel de subserviência aos "ganhadores" de títulos nacionais. Lutar era verbo e em mais do que uma ocasião neste mandato, o Sporting foi a equipa que melhor futebol praticou, disputando os títulos como qualquer candidato natural. O mandato acabará infelizmente sem um troféu de campeão nacional, mas andámos muito perto de o conseguir e mais do que isso, a distância de modelos desportivos entre o Sporting e Porto/Benfica é hoje muito menor. Existe, mas é muito menor...e lamento dizer aos adeptos dos nossos rivais, mas só não será mesmo igual porque as suas subserviências aos interesses dos empresários ainda faz com que a curto prazo existam mercados que o Sporting não acede. A longo prazo a história será bem diferente e chegará o dia em que uma pequena venda do Sporting equivalerá a uma boa venda dos nossos rivais.

Se o primeiro objectivo do mandato de BdC foi alcançado, a segunda prioridade não o foi. Apesar da crescente vitalização da massa adepta e do aumento exponencial do número de sócios, desportivamente o trabalho ficou ligeiramente aquém do pretendido. É preciso que nos lembremos que quando BdC tomou o poder, o clube lutava para não ser humilhado na tabela classificativa e desde então deixámos de lutar pelo acesso à Liga Europa e alinhámos maioritariamente na disputa pelas primeiras posições. Parece fácil, parece até natural, mas há quatro anos atrás, o ponto onde estamos agora seria efectivamente um sonho. O cinismo e a hipocrisia não devem prevalecer em relação à verdade e à história do nosso clube. Nós estivemos falidos, a centímetros de um PER, a segundo de capitular o estatuto de "grande".

Nestas eleições, muitos evitarão de fazer estes flashbacks, dando-nos a comer que o que foi feito qualquer um o faria e que há mérito residual em chegar onde chegarmos, mais do que uma estratégia eleitoral para minorizar o candidato que é o actual presidente...isso é a pior forma de reconhecer o caminho de regresso que muitos adeptos fizeram ao voltar a ser séocio, ao voltar a visitar Alvalade e a contribuir para tudo o que rodeia a clube. Que não vão por aí, pela estrada de negar todas as pedras que afastámos no nosso caminho, pois se alguns não mexeram um dedo e preferiram assistir de longe nos seus "camarotes" à revitalização do clube, não merecem hoje afirmar que o colocarão noutro patamar se forem eleitos. Onde estiveram durante 4 anos? O que viveram nestes 4 anos?

Ouço muitas pessoas a falar sobre o divisionismo que comandou o mandato desta actual Direcção, mas fico sinceramente a acreditar que muitas pessoas olham ainda para o Sporting como um clube de cavalheiros, um emblema de recriação para o passeio de virtudes de certas elites e não um clube de futebol que existe para dar alegrias e bons espectáculos a milhões de fãs espalhados pelo mundo. De muitas formas a visão de muitos "notáveis" e "linhagens" do Sporting é pequena demais e amarra o clube a uma cartilha de "bons comportamentos" que estão completamente desactualizados face ao panorama do futebol luso e mundial. Continuo a ver demasiada gente a querer mexer em merda com punhos de renda. Este é o momento certo para enterrar de vez a maior divisão de todas dentro do Sporting. Não existe Sporting deste e daquele, só há um e terá de ser igual para todos, desde o homem do lixo até ao banqueiro, do presidiário ao cirurgião. E quanto mais igual, melhor.

O melhor que Bruno de Carvalho trouxe ao Sporting é o orgulho e a crença de que não somos menos, nem menos capazes que qualquer outro emblema e isso só foi possível porque ninguém mais do que ele acredita nesse estatuto, nesse ideal. De uma forma mais pura e mais ingénua, BdC é o intérprete mais incomodativo do lema e inspiração do nosso clube. E isso agita as invejas de quem não consegue orgulhar-se do sportinguismo de outros.
Podemos discutir os "estilos" e a validade de algumas opções deste presidente, mas este também é o momento certo para nos deixarmos inspirar por quem se dedicou a uma visão máxima do clube e muitas das vezes desespera com a falta de militância, espírito de luta e tenta vezes sem conta, brutamente e sem tacto, dar vida a um corpo que desejava mais sólido, uno e dinâmico. Desejo, sinceramente, ao Presidente Bruno de Carvalho a humildade e a ponderação que lhe terá faltado pontualmente para resistir aos momentos muito bons e aos piores. Mas também lhe desejo toda a saúde, pujança e capacidade para enfrentar durante mais 4 anos todos os fantasmas e cadáveres que ainda persistem nos corredores de Alvalade e especialmente nas cabeças de muitos "velhos" que se recusam a "seguir" o comando de seja quem for, tal como um "cavaleiro nunca será peão" e outras velhas parábolas que se agarram aos últimos suspiros de um regime social caduco e bafiento. E não tenhamos qualquer dúvida de que o mais difícil estará por fazer, pois acredito profundamente na frase batida de que "o mais difícil de mudar são as mentalidades". Difícil, mas não impossível.


SL


quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Reaprender a jogar

A melhor forma da equipa do Sporting (e já agora de nós adeptos) conseguimos desbloquear este mau momento é deixar de pensar em títulos, em tabelas, nos pontos perdidos ou o que os outros têm de perder para que entremos ou reentremos nas contas. Cada jogo deve ser entendido como uma etapa e o foco deve ser garantir a vitória nessa partida e deixar de pensar em questões paralelas, deixar de supor, de vislumbrar, de remoer. Devemos e teremos de pensar assim, logo que se inicie o jogo de hoje. Se isso não for o drive principal dos jogadores, a tensão sufocará o colectivo à mais pequena contrariedade e sobre as pernas carregarão o seu peso e toda a carga de uma época falhada...em Dezembro. Mais do que a táctica ou o que o adversário pode fazer, a nossa equipa deve isolar o contexto geral e focar-se no que está a fazer no momento e no que terá de fazer para ultrapassar um adversário de cada vez. O trabalho mental com os jogadores é muito importante e a mensagem deve pelo menos ser clara numa coisa: hoje é o Beleneneses e não as ambições do próprio Sporting que joga contra nós.

SL

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O que fazer?

Parece-me claramente que o principal a fazer agora é: pensar. Sobretudo identificar problemas e partir para soluções. Querer fazer rolar cabeças só pode fazer sentido se isso for a melhor solução neste momento particular, que sinceramente não acredito que seja. Acredito sim que não existe, nesta altura, um balneário a respirar confiança e solidariedade, pois não é isso que vemos dentro de campo.
Presidente, directores, treinador e capitães de equipa deveriam humildemente aceitar que todos, num coletivo, não estão a fazer um bom trabalho e como são pagos (e bem!) para isso...urge mudar algo, sendo que o principal é a atitude competitiva e a compreensão que se está a perder tudo o que foi ganho na temporada passada. O Sporting precisa do talento e arte de todos ao serviço do que melhor são capazes de fazer, só isso e muito empenho nos poderá salvar de uma hecatombe política e do fim de algo que ainda estava a começar.

SL

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Live to fight another day

Pode não ter sido a vitória com mais brilho de todas, mas foi o suficiente para manter a equipa ligada à época desportiva.

Equipa:
Patrício | Pereira, Zeegelar, Coates e Semedo | William, Adrien, B.Cesar (B.Ruiz) e Gelson | Campbell (Elias) e Dost (Castaignos)

Resumo:
A vitória em Setúbal foi o suficiente para, esperemos, fechar um ciclo. A equipa esteve mais lenta, mais errática e sobretudo menos criativa. Os princípios de jogo estiveram lá e o talento também, isso e um pouco de brio foi o que nos salvou. É que o cansaço físico e psicológico foi evidente, tão evidente como pareceu desaparecer logo após o golo de Bas Dost. O Setúbal jogou no erro do Sporting (e quase aproveitava um mau atraso de Semedo) mas mais não se atreveu do que tentar retirar espaços ao ataque leonino. Depois do golo, faltaram as pernas para pouco mais do que havia feito em toda a partida.

Os Melhores:
Dost (pelo golo que decidiu o jogo) e Rui Patricio (salvou dois golos)

Lesões & Ocorrências:
- Adrien falou um penalti;
- Ryan Gauld (emprestado ao Setúbal) saiu lesionado na 2ª parte.

Pontos & Contas:
O Sporting apurou-se para os Quartos de final da Taça de Portugal, juntamente com Leixões, Sp.Covilhã, Académica, Estoril, Benfica e Desp.Chaves. Falta disputar o último jogo da eliminatória (V.Guimarães - Vilafranquense). O sorteio é dia 20 de Dezembro às 15h00.

Próximo Jogo:
Domingo, às 20h15 em Alvalade, frente ao Braga

SL

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Passar

Hoje é noite de passar uma eliminatória e arrumar com uma semana negra, com resultados bem piores que as exibições, mas ainda sim "dark" demais para as ambições da equipa de futebol e dos adeptos que nela confiam.

SL

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Reduzindo as "sombras" a pó

Para os que andam um pouco menos informados, a FIFA e a revista France Football separaram-se e atribuem premiações distintas, cancelando a fusão dos prémios num só, que durou vários anos. Assim, o prémio que CR7 acabou de vencer é o France Football Ballon D´or ou a "Bola de Ouro". Só no início de 2017 será entregue o prémio da FIFA que foi baptizado como o "The Best - FIFA Football Awards".
Foi também nesta eleição dos melhores futebolistas que Rui Patrício alcançou o 12º lugar, só atrás de Aubemayang, Buffon, Pepe, Vardy, Mahrez, Bale, Neymar, Suarez, Griezman, Messi e CR7.
Ambas as distinções são justas e, pela minha parte, é com muito orgulho que faço este post. Ronaldo há muito que passou o estatuto de melhor jogador português de sempre e competirá eternamente com Messi, Pelé e Maradona pelo título de melhor de sempre tout-court. Patricio passou, também ele a fasquia de Damas ou Azevedo, tornando-se seguramente no melhor guarda-redes de sempre a actuar no Sporting e o melhor guarda-redes de sempre de todo o futebol português, deixando Baía e Bento numa galeria cheia de títulos, mas a quem faltou o que o Rui conseguiu...um grande título de selecções A.
Pode-se argumentar esta minha opinião, comparar, dar mais valor a aspectos diferentes da carreira de cada jogador, mas o currículo de ambos, esse é indesmentível e só mesmo a clubite tem vontade de contrariar.

SL

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Assim não vale...

Das duas, uma. Ou os penaltis são para assinalar ou não são. Se é para marcar só quando dão jeito, quando não "estragam a partida" ou são incómodos, avisem-nos, pois desta forma só dão razão a quem há muitos anos diz que o futebol português é uma rede obscura de coisas combinadas e interesses partilhados.
Digo há muito tempo e pelos vistos vou continuar a repetir isto, gostava de um dia (nem que seja mesmo só uma vez) ganhar um derbie ou um clássico com erros claros de arbitragem, com erros como o sr. Jorge Sousa cometeu ontem na Luz. É que se é para existir justiça, então o prejuízo frente ao Carnide já vai longo e daria para vencer os próximos 4 ou 5 jogos com penaltis a cada 20 minutos.
Neste jogo, merecíamos mais. Jogamos mais, jogamos melhor e onde estivemos mesmo pior que o adversário foi na finalização.
Ainda assim e apesar dos 5 pontos de desvantagem, mostrámos o suficiente na partida para que nos levem a sério, para que nós próprios acreditemos que esta equipa pode dar ainda mais e bem melhor que os nossos rivais. É preciso fazer mexidas no plantel, "limpar" muitos dos erros de casting do último Verão e ser muito bom na escolha do que ainda não temos. Um bom lateral esquerdo e uma solução para apoiar o avançado são urgentes, no sentido contrário vai ser preciso um trabalho intenso para colocar (com o mínimo de prejuízo para os cofres do clube) muito do que se tornou excedentário agora que estamos fora das competições europeias.
Este é o momento de cada um mostrar a sua indignação com mais uma arbitragem muito tendenciosa e apoiar o clube. Estamos em Dezembro e não pode haver toalhas atiradas a lado nenhum. Vamos a Setúbal para passar na Taça e recebemos o Braga com a obrigação óbvia de vencer a partida. São dois jogos decisivos em que a Onda Verde tem de marcar presença. Deixar a equipa só, nesta altura, é admitir derrota, é dobrar o joelho e prestar vassalagem a esta cambada de incompetentes que se passeia pelo nosso futebol com um sorriso na cara, pisando e repisando a verdade desportiva.

SL

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

O que vale a Liga Europa

Devo confessar que não sou o maior fã desta prova. Sei que compensa moderadamente na vertente financeira, sei que traz ranking que se torna fundamental nos sorteios, sei até que agrada aos patrocinadores que o clube siga o mais longe possível na prova e até que valoriza bastante os atletas que estiverem na final. Mas acho que a Liga Europa é na sua essência um subproduto criado para ocupar slots nas emissões desportivas dos milhares de canais europeus e mundiais.

Sinceramente e por mais que se diga que é importante, não consigo mesmo olhar para esta competição como estratégica, sobretudo para um clube com as ambições do Sporting. É que antes de JJ ter defendido a tese de minorizar a LE face ao campeonato, já neste blog e noutros se defendia que desgastar uma equipa a meio da semana, para render menos na nossa Liga é um erro que se paga muito caro e que ninguém tenha dúvidas que se paga mesmo. Seria tudo muito bonito se o nosso plantel (ou outro qualquer em Portugal) tivesse 17 ou 18 jogadores da mesma valia no plantel. Não temos. Temos 6 ou 7 jogadores fundamentais, 7 ou 8 bons valores e o resto é para ir rodando à medidas das necessidades.

O orçamento de um clube como o Sporting não sustém mais do que uma certa quantidade de valor (porque os bons jogadores custam sempre, mas sempre, muito dinheiro) e se desgastamos esse valor em deslocações à Rússia e à Ucrânia, com o risco de lesões ou acumulação de esforço, perde-se lastro para vencer partidas exigentes no nosso espaço. Ainda para mais, a cada ano que passa, o Sporting tem cada vez mais jogadores selecionáveis, o que agrava o tempo de competição de muitos jogadores e do plantel no seu conjunto.

Na noite de hoje, na Polónia joga-se o apuramento para a Liga Europa. No próximo fim de semana, joga-se a liderança provisória da nossa Liga. Desculpem-me os "vamos a todas, sempre" mas não têm para mim a mesma importância e embora não goste que o Sporting perca, nem a feijões, compraria facilmente um apuramento à custa do menor esforço possível, reservando as energias para o derby que se segue. E é neste risco de, poupando sprints e fôlego, poder dar muitas hipóteses ao Légia de vencer a partida...que está a chave desta noite. É que mesmo obtendo o apuramento, ninguém vai "poupar" JJ se na segunda parte do clássico, o Sporting deixar o Carnide cair-lhe em cima, por falta de pernas ou pulmão. Parecendo que não o nosso rival, poupou-se completamente, tirando uma soneca frente ao Nápoles assim que o Dinamo fez o 2-0. 24 horas antes do Sporting entrar em campo, a milhares de quilómetros numa fria noite eslava.

SL

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Leaks 2.0

O Football Leaks está de volta. Pois é. Depois de um hiato de vários meses, parece que o nosso “amigo” John está a enviar (ou já enviou) terabytes de informação ao consórcio de jornais europeu Der Spigel, Sunday Times e Expresso. Algumas peças já foram publicadas e gerou-se um caos judicial ao ser interposta uma proibição de uso da informação por um juiz espanhol. O El Mundo recusa a proibição e denuncia o juiz como corrupto, ao mesmo tempo que se vai desvendando a verdadeira bandalheira de off-shores e evasão fiscal nos contratos de direitos de imagem dos jogadores de futebol. Mendes e amigos enterrados até ao pescoço, centenas de marcas mundiais suspeitas de pagamentos não declarados, dezenas de empresários incriminados que podem arrastar consigo a fina nata dos grandes astros das 4 linhas num escândalo sem precedentes no planeta futebol.

Convido os leitores deste blog a seguirem todas as notícias sobre esta Leak monumental, pois dela sairá muito provavelmente a ruína de alguns pilares que sustentam o podre do nosso desporto-rei e isso…é muito importante para a revolução que se deseja neste mapa de favores, enriquecimento despudorado, deslealdade desportiva e pura corrupção em que se transformou o futebol actual.
Para já, e para quem não flui na língua alemã ou inglesa, acompanhem o Expresso, desejavelmente não se acobardarão de nos relatar o que o mundo dos corruptos nos quer esconder, delegando juízes para esconder a verdade. Todos temos o direito de saber para onde vai e de onde vem o dinheiro. Principalmente as Finanças dos estados para os quais todos contribuímos, porque nem todos temos empresas que nos desviam contratos para paraísos fiscais à revelia do compromisso social que governa e sustenta as nossas democracias.


SL 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

A queda dos "anjos"

Pois é, apesar das "asas" e das levitações sobre os problemas do futebol tuga, apesar das auréolas divinas sobre as testas dos seus responsáveis, o Carnide também "sabe" perder, também "sabe" queixar-se da arbitragem e ao que parece também "sabe" o que é chegar à segunda-feira a lamentar a produtividade do fim de semana. Caíram "anjos", mas com a gravidade arrastou-se boa parte da vantagem para o derby da próxima jornada, o que muda profundamente as perspectivas tácticas desse jogo. Em vésperas de decisão na CL, ninguém se poderá "poupar" e todas as equipas estão "apertadas" nas contas dos pontos.

Gostei particularmente de "ler" as queixas dos comentadores e paineleiros sobre o anti-jogo realizado pelo Marítimo. Acordaram no Sábado? É que "esse" problema tem décadas e consigo lembrar-me ainda do último derby lisboeta em que os jogadores encarnados caíam inanimados no relvado e cada lançamento lateral demorava cerca de 30 segundos a efectuar. Nessa altura ninguém se indignou e louvaram-se as tácticas do treinador Vitória, o mesmo que no Sábado se queixava ao árbitro de uma forma que não teria sido perdoada a JJ.

A choraminguice vai certamente continuar durante toda esta semana, pois outra coisa que o Carnide também "sabe" de certeza fazer é tentar condicionar o árbitro do próximo derby, tentando fazer-nos todos acreditar que o Marítimo não mereceu os 3 pontos e que foi graças ao homem do apito que voaram do Funchal com apenas 2 pontos de vantagem em relação ao Sporting. Poucos se irão lembrar que no jogo de Alvalade se invalidaram 2 golos, que só com alguma arte de argumentar se poderão não atribuir a uma profunda infelicidade, essa sim factual, do desempenho do árbitro. Em matéria de "apitagem", quem teria mais razões de causa para protestos até era...o Sporting.

SL

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Paciência ou pragmatismo?

O Sporting apostou forte no último mercado. Quer pela necessidade de melhorar o plantel, quer pela urgência de repor valor depois das saídas de Slimani, Montero e João Mário (entre outros), o futebol leonino moveu-se no sentido de apetrechar o plantel de mais e melhores soluções. 5 meses passados é hora de olhar para o que foi ganho e o que pode ser melhorado, com olhos postos na janela do mês seguinte.

Beto
Tem cumprido a função para o qual foi contratado e sem surpresas assegurou a sombra ideal para Patrício

Douglas
Poucas oportunidades, mas ainda assim bem sempre que chamado à equipa, a confiança na dupla titular e a estabilização desta depois de um mau início retirou espaço de afirmação ao brasileiro. A confiança de que se for chamado vai ser solução mantém-se.

Petrovic
Embora na última partida tenha mostrado um pouco mais de convicção, a verdade é que o sérvio, independentemente dos elogios de JJ não tem sido o jogador que foi projectado e idealizado pelo treinador leonino. Arrisco até em dizer que, se tiver mercado, será dos primeiros a quem a SAD vai ver com bons olhos a recuperação do investimento realizado.

Elias
Se Petrovic não soube ganhar espaço como alternativa a William, muito menos Elias equivale nesse papel em relação a Adrien. É certo que a sua utilidade vai para além do lugar do internacional português, mas para quem vinha do Brasil como um dos melhores jogadores locais...é pouco. Pode até ser injusto comparar qualquer médio com o que Adrien dá a esta equipa, mas a verdade é que a décalage é muito maior que a esperada. A China pode acenar com uma transferência boa para todas as partes, mas a minha questão é: se até Elias parece pouco para substituir Adrien, quanto terá o Sporting de gastar nesta possível substituição?

Meli
A grande incógnita do plantel. Poucos minutos, no final das partidas, não é o suficiente para avaliar que tipo de jogador está ali. Pelo tempo de uso é fácil antecipar que JJ não foi com a sua cara e com contrato de empréstimo está mais que visto que esta é aquela saída mais que previsível. Até André Martins teria tido mais tempo de jogo.

Markovic
Se formos justos, o sérvio esteve longe de se assumir como a vedeta da equipa e JJ deu-lhe todas as oportunidades. Embora se sinta todo o talento bruto em jogo, o líquido é bastante menor que o ideal. Como desiquilibrador e desbloqueador de partidas, Markovic está aquém do desejado, sendo que o maior problema reside nos apagões que realiza em grandes partes do jogo e da dúvida permanente se é o transportador que se pedia, o suficiente para fazer esquecer João Mário. A sua continuidade não está em causa, até porque a teimosia de JJ deve prevalecer especialmente se pensarmos nas necessidades de ter ativos para assumir a Liga Europa.

Campbell
Um furinho acima do que escrevi para Markovic, essencialmente pela atitude, que o faz estar muito mais dentro das partidas. JJ errou ao tentá-lo como ala e embora não tenha ainda posição conquistada no onze, é solto atrás do ponta de lança que rende mais. Pelo seu carácter "one man show", pagou uma factura elevada...o treinador do Sporting não vai muito à bola com "autodidatas tácticos"e teve muito mais tempo de banco que o suposto, graças a esse "castigo". A sua clausula de rescisão parece ainda longe de ser batida, o que quer dizer tudo na sua avaliação, pelo menos até a esta altura.

Bas Doost
A missão de fazer esquecer Slimani era gigantesca e sendo até normal que o argelino tivesse feito mais e melhor no seu lugar, é indesmentível que parece de todos os reforços o que mais foi acertado. Foi caríssimo, mas a forma como já conquistou o direito a cânticos é demonstrativo do apreço do universo leonino pela vontade e talento do internacional holandês. Algum apagamento coletivo ofensivo, estragou as estatísticas do nosso novo homem-golo, mas para já não está mal...falta talvez uma boa exibição frente a um grande adversário...e nos próximos jogos irá ter essa oportunidade (é que Slimani "matava" nessas partidas).

Castaignos
Parecia votado ao destino de Meli, mas nos últimos jogos lá teve algum tempo de jogo. Sinceramente, é preciso muita fé e uma alma de vidente para prever um bom futuro para o holandês no Sporting. Com o regresso de Spalvis, um deles sairá.

André
Há dois prismas para avaliar o brasileiro. Para os que acharam que ia ser um flop total, o "Balada" esteve bem acima desse grau e fora Doost é o melhor argumento ofensivo disponível. Não parece "gostar" de ser a referência paralela ao avançado centro. Para os que tinham esperança que se assumisse como uma grande "descoberta" no plantel, até pelo tempo de jogo, André não esteve ao nível de assegurar o estatuto de indiscutível. Ainda assim, parece poder crescer, com alguma adaptação às exigências tácticas de JJ.

Spalvis
Talvez faltem ainda 2 meses de recuperação e a minha dúvida é se o Sporting vai apostar na sua evolução na B, mantendo Castaignos ou na recuperação na primeira equipa, dispensando o holandês.

A.Ruiz
É a minha grande dúvida. Se é certo que está muito distante de parecer um reforço de 7 milhões, a verdade é que mostra muitos pormenores que podem aproximá-lo desse patamar. O problema é avaliar quanto tempo e quantos jogos vamos ter de esperar até ver um Ruiz condizente com o que o Sporting precisa. Os próximos meses vão ser decisivos nessa avaliação.

Em resumo, os reforços estiveram quase todos longe da fasquia bastante exigente de JJ. O padrão é muito alto e as exibições de Patrício, Semedo, B.Cesar, G.Martins, Adrien ou William, continuam a ser demasiado elevadas para quem chega. Tal como na época anterior, os grandes trunfos já estavam na equipa e esta avaliação pode ser lida de duas formas: ou estamos a fazer contratações abaixo do exigível ou o custo de soluções ao nível das que já temos é demasiado elevado. Seja como for, em Janeiro o Sporting terá de reflectir e muito, nos investimentos que fez no Verão.

SL

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Taça da Liga | Sporting Vs Arouca (1-0)

Um Sporting em poupança venceu um Arouca envergonhado.

Equipa:
Beto | Esgaio, Jefferson, Douglas e P.Oliveira | Petrovic, Elias, A.Ruiz e Markovic | Campbell e André (Castaignos, Matheus e Meli entraram)

Resumo:
Dia de rodar a equipa. JJ apostou num onze com jogadores menos preponderantes no plantel e apesar de alguma falta de sincronismo, a dinâmica foi razoável, pelo menos o suficiente para dominar totalmente a partida. Só nos primeiros minutos da partida o Arouca "testou" as águas, mas face ao bom caudal ofensivo dos leões, os arouqueneses preferiram ficar lá atrás.
O golo surgiu já depois de algumas oportunidades e pelos pés de A.Ruiz que marcou numa jogada que vinca bem a sua facilidade de remate. O Arouca não reagiu e o Sporting continuou a tentar o 2-0, mas acabaria já no final da partida a optar por não correr riscos. Ainda assim, seria Elias (já na fase de desespero do Arouca) a falhar o golo numa das mais claras oportunidades da partida.

Os melhores:
Douglas e Elias.

Arbitragem:
Hugo Miguel este tranquilo num jogo absolutamente sem casos

Lesões & Ocorrências:
- Ruben Semedo cumpriu castigo por expulsão no Bessa.
- Castaignos saiu do banco e...saiu lesionado, com traumatismo no joelho. Aguarda-se o diagnóstico.
- Foi cumprido um minuto de silêncios em honra das vítimas do acidente de viação na Colômbia que vitimou a equipa do Chapecoense.

Pontos e Contas:
O Sporting deu um passo bastante importante para a qualificação no seu grupo da Taça da Liga. O Varzim depois de derrotar o Vit. Setúbal vai agora a Alvalade e o vencedor da partida será com grande probabilidade o vencedor do grupo. Se o Arouca empatar com os setubalenses na outra partida, estarão os dois já eliminados.

SL



quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O Futuro

O futuro do Sporting passará sempre, não só, mas sempre...pelos atletas que forma. Quanto melhores forem os formandos, menor será a necessidade de contratar fora, melhor será a reputação de Alcochete, maior será o ganho na identidade e nos cofres do clube. Apresento-vos aqui um onze de jogadores com muito talento. Não consigo visionar as suas carreiras futuras, mas lá que prometem, prometem!

1- Guarda-redes
Luis Maximiano

2- Defesa Direito
Mama Baldé

3- Defesa Esquerdo
Pedro Empis

4- Defesa Central
Domingos Duarte

5- Defesa Central
Guilherme Ramos

6- Médio Defensivo
Bubacar Djaló

7- Médio Centro
Francisco Geraldes

8- Ponta de Lança
Ronaldo Tavares

9- 2º Avançado
Pedro Marques

10- Extremo Direito
Elves Baldé

11- Extremo Esquerdo
Matheus Pereira

Muitos ficarão por constar nesta recolha, talvez até alguns que venham a ser melhor sucedidos no clube, mas a estes dediquem um pouco mais de atenção. Valerá a pena

SL

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Luto

A aeronave que transportava a equipa de Boeck (guarda-redes emprestado pelo Sporting), o Chapecoense, despenhou-se na Colômbia para onde se dirigia para disputar um jogo da Copa Libertadores. Há poucos sobreviventes do acidente, mas ao que parece Marcelo Boeck não seguia no avião, por ter sido dispensado da viagem.
Aguardam-se mais desenvolvimentos, mas para já, a única coisa que posso desejar é muita força para o clube brasileiro e os meus sentimentos às famílias afectadas por esta desgraça.

SL

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Porto sem sentido

Ouvir, ler ou ver adeptos do Porto vociferar contra a arbitragem é um exercício penoso. A vergonha alheia atinge máximos ao sentir que não têm qualquer tipo de argumento válido para explicar o que se passa com a sua equipa, para explicar como NES está a colocar a sua equipa cada vez mais distante da identidade ou do valor do tal Porto que muitos anseiam.

A outrora "máquina" de vencer troféus e de manobrar o sistema a seu prazer e necessidade é hoje uma geringonça de erros e flops que acerta uma vez, para quebrar nas 10 seguintes operações. Os jogadores estão longe de serem Falcao, Jardel, Fernando ou Ricardo Carvalho, os peões de secretaria estão longe de "taparem" as manobras na arbitragem e disciplina. A máquina foi claramente ultrapassada pelo paradigma da "hegemonia do Benfica" e o pior de tudo é que tudo foi construído na careca de Pinto da Costa, pelo seu "amigo" LFV.

O "medo" do Porto já é apenas uma história do passado e à medida que os clubes acordam, a equipa de futebol vai tendo cada vez mais dificuldade em justificar o seu orçamento, sobretudo quando gerida por um "amador" como NES.

Oxalá "durmam" por muito tempo e continuem a desculpar tudo com erros de arbitragem, não fazendo as mudanças que realmente precisam, continuando a deixar passar o "carrossel" de Mendes e do Benfica como algo com que apenas o Sporting se tem de preocupar. Não vendo o inimigo, não o combatem, não o superam.

SL

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Escapar à realidade

"...Durante o dia, circularam pela internet alegadas declarações do presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, onde este afirmava que "apenas o Benfica se poderia comparar ao Barcelona" no que respeita ao ecletismo. Contudo, porta-voz do clube catalão explicou a Record que tais palavras nunca foram proferidas e que o líder blaugrana não fez, sequer, qualquer comentário sobre o assunto ou sobre as águias.

Acrescente-se que tais considerações e comparações entre o Benfica e o Barcelona no que toca ao ecletismo foram, sim, feitas pelo jornal 'Mundo Deportivo', num artigo a propósito da apresentação das modalidades de pavilhão do emblema da Catalunha, e nunca por Bartomeu, garante fonte do clube."

No afã de encontrar sempre um qualquer reconhecimento externo à boa gestão do Benfica, muitos jornalistas inventam literalmente declarações. Em pouco tempo, dois clubes europeus tiveram de desmentir a imprensa portuguesa e se isto não envergonha a classe, nada o fará.
Quem lê este blog ou visita a página de facebook, sabe que não aconselho a "ingestão" de qualquer jornal desportivo e recomendo espírito muito crítico quanto a programas de rádio e tv. É por motivos como este que o faço. O compromisso com a verdade no jornalismo desportivo é zero enquanto que o compromisso com a "lavagem cerebral" dos adeptos é total.

Nos últimos meses têm de facto saído muitos elogios a um clube português nos media internacionais e esse clube não é o Benfica, mas sim o Sporting. Disso os nossos jornalistas esquecem-se de fazer eco e não estão em falta com o clube leonino, mas sim com o seu público, os seus consumidores, que são cada vez mais benfiquistas e cada vez menos afectos a outras cores. Deixo aqui um aviso sério aos chefes de redação, um alerta que lhes pode vir a ser útil um destes dias:

Os vossos Grupos de Comunicação veem cada vez mais como solução extingui-vos os locais de trabalho e apostar tudo em estagiários, reduzindo o vosso espaço de intervenção ao online, vocês preferem "agradar" ao clube com mais adeptos. Olhem para as vossas contas actuais e vejam como o plano não trouxe melhoras financeiras. Mas vai piorar. Quando o clube que protegem e se cansam de elogiar estiver na mó de baixo, quando os adeptos encarnados desejarem fugir às capas, não ouvir reportagens ou ver programas de paineleiros...quem comprará os vossos jornais? Quem ouvirá as vossas emissões? Quem mudará de canal para ver os vossos programas? Conseguirão sobreviver nessa altura?

SL

terça-feira, 22 de novembro de 2016

É possível!

Não sei quanto é que as casas de apostas dão de probabilidades a uma vitória do Sporting hoje à noite em Alvalade frente ao R.Madrid, mas imagino que serão bem menores que o empate e ainda mais remotas que a vitória dos madrilenos. Parecendo impossível aquando do sorteio, o Sporting vencendo hoje, abre completamente as hipóteses de apuramento à custa do favorito do grupo. Não é um cenário impossível, mas vai ser bastante difícil. Ainda por mais o Real vem de uma vitória fora, por 3-0 frente ao seu rival de Madrid…e embora seja Sportinguista até ao osso e acredite sempre na minha equipa…o Sporting desta época, não tem o poderio do Atlético. A moral é alta, Ronaldo regressou aos hat-tricks, bateu mais um record e derrotando o Sporting garantem o apuramento, evitando sobressaltos e podendo até descansar muitos titulares nos 2 últimos jogos do grupo.

Cabe ao Sporting exibir-se a grande nível e desta vez não desperdiçar nada, não permitindo ao Real que faça o seu jogo de contenção e subida de linhas apoiada em Modric e Vasquez, dando aos laterais visitantes algo para se preocupar e sobretudo impedir que CR7 ou quem surja na frente de ataque tenha a oportunidade de se desmarcar entre os nossos centrais. A defesa do Sporting terá muito trabalho, tal como William, Adrien e o 3º elemento escolhido para ajudar a segurar a linha média. A Dost pede-se que não desperdice a mais pequena oportunidade e que Gelson consiga ser o catalisador da velocidade atacante da equipa. É possível e até que os 90 minutos terminem, vale a pena outra pelo que houver para lutar, mantendo a ideia bem acesa de que as boas exibições na Champions, sobretudo contra o campeão em título, serão sempre recompensadas.


SL

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Benedito ou Maldito?

Nos últimos dias, o universo Sporting tem debatido fora dos ouvidos e dos olhos da Comunicação Social (por agora...) uma possível candidatura de João Benedito, ex-capitão da equipa de futsal e reconhecido defensor acérrimo dos ideais leoninos, à presidência do Sporting.
Há três pólos mais ou menos agregadores de opinião:

1/ os que sendo pró-BdC veem com desconfiança uma possível oposição assumida num pacto com outras forças que não só a de sportinguistas;

2/ Os que acolhem o boato com a satisfação de poder contar com um suposto candidato que não estará disposto a fazer um contraditório ao presidente actual assente em golpes baixos e demais campanhas anti-sporting;

3/ Os que anseiam poder ter alguém a chefiar uma oposição total ao establishment actual e apesar de satisfazer o seu desejo de uma 2ª via, não veem João Benedito como um candidato disposto à "guerra não convencional" que estão convencidos poder vir a ser a campanha.

Há em todas as facções alguns preconceitos e noções erradas do que é um processo democrático e eu temo que se, de facto a candidatura vier a materializar-se, o primeiro trabalho do João será o de definir claramente o seu perfil de candidatura, o que o separa e diverge de BdC ou do tipo de "oposição" que Dias da Cunha ou Rui Barreiro tentam fazer pelos jornais.

Pela minha parte, desejarei sempre que se apresentem mais candidaturas a um acto eleitoral no Sporting. Desde que reunam a condição de terem um projecto, esse plano ser benéfico para o clube e as pessoas certas para levar a cabo esse caminho, todas as candidaturas serão bem-vindas. Desenganem-se os que acreditarem que BdC será vencido apenas com a ideia fundamental de que "fazer diferente" significa alguma coisa. Não. Se existe forma de "destronar" o actual presidente da reeleição a única via é mesmo apresentar um projecto mais ambicioso, com mais garantias e com melhor elenco que o actual. Por outras palavras, quem quiser disputar de facto as eleições terá de fazer um trabalho gigante e excelente, porque não tenhamos qualquer dúvida, Bruno de Carvalho (com todos os seus defeitos) conseguiu num mandato, muito do que se propôs no acto eleitoral. Faltou apenas o título de campeão. A fasquia é elevada e qualquer coisa que não venha a tentar subi-la no futuro, terá uma expressão de voto pouco mais que insignificante.

Benedito ou outro qualquer serão sempre bem-vindos e nunca "malditos", mas a vir, que venham preparados para respeitar o fundamento de qualquer votação: acrescentar ideias, caminhos e pessoas válidas. No "day after" será o Sporting o grande beneficiado e não estratégias de culto individual ou posicionamentos para momentos futuros.

SL

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Tudo o que preciso dizer

Fosse qual fosse o Presidente do Sporting, estando a ser atacado em todas as frentes possíveis e imaginárias, numa “campanha” suja de indiscrição que não há memória, qualquer sportinguista deveria sentir a obrigação de oferecer a sua solidariedade, apoio e declarada indignação. É o dever de cada leão proteger o seu semelhante e quer seja um presidente, quer seja um mero adepto, ninguém pode admitir que se cometam o tipo de atropelos à vida privada que Bruno de Carvalho tem sofrido.

Ao permitir que tudo se escreva sem impunidade, que tudo se invente e recrie à luz da notícia sensação, estamos todos a colaborar para o descrédito do Presidente, da Presidência e do Sporting em último grau. Ridicularizar permanentemente o mais alto cargo leonino tem custos muito elevados para a imagem do clube perante os seus parceiros, investidores, patrocinadores e é urgente que todo o universo leonino perceba a importância disto. Se ser “inteligente” e “independente” é fingir que não me dou conta do ar de superioridade com que os lampiões falam do meu presidente, então eu quero ser o mais burro e mais seguidista que for capaz.

É que parecendo que não, a história é escrita pelos que ganham e deixada escrever pelos que admitem derrota. Recuso-me a dobrar o joelho perante vermes, gente sem honra, coragem ou força para me derrotar. Recuso-me a ver o meu presidente a ser “cozinhado” pelos mesmos que temem as ceboladas, pelos mesmos que ajudam a falir bancos, a traficar droga ou a patrocinar alternes multinacionais. Por isso…tudo o que preciso de dizer é mesmo: Em frente, Presidente!

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Silly Season Natalícia

Não gosto de ser alarmista, mas pelo "andar da carruagem" vamos ter daqui a poucos dias o início oficial da campanha de vendas imaginárias do Sporting. Candidatos não faltam. Um Gelson a entusiasmar um duelo Barça-Real-Man Utd, um Adrien a reacender o interesse da Premier League, Patrício na calha de Bravo para o City,  William entre a vaga de Pogba na Juve e a memória de Patrick Vieira no Arsenal...há pano para mangas e elas vão ser cozidas e descosidas diariamente nas novelas do costume.
Em sentido inverso não vai existir lateral esquerdo latino-americano que escape à proximidade da 10A e pelo meio irá ser despachada meia equipa com o destaque para Melli, Jug, Jefferson, Douglas, Paulo Oliveira, Zeegelar, Petrovic, Elias, Paulista, A.Ruiz, André ou Castaignos.
É que os jornais não se vendem sozinhos e os programas de paineleiros têm de ser alimentados com qualquer coisa que seja polémico. E convenhamos, nada é tão "sensacional" como mexidas intermináveis numa equipa. É sempre "dinheiro no banco".
No dia 1 de Fevereiro, olhamos para a realidade e nada aconteceu...mas depois das vendas, dos shares e dos clicks, essa evidência já não serve para nada. O lucro foi feito.

SL

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Uma acusação colada a cuspo

Primeiro o argumento era que BdC se tinha dirigido aos balneários do Arouca para agredir o seu presidente. Minutos depois das imagens serem colocadas a circular a versão mudou para colocar o foco numa suposta cuspidela, desaparecendo a referência à deslocação do presidente do Sporting à zona do clube visitado. Um flip-flop muito curioso e uma súbita lembrança, mais de uma semana depois do acontecimento. A pergunta que se impõe é: como é que o Pinho “júnior” em plena sala de imprensa, minutos depois do acontecimento se “esqueceu” (do único e mais gravoso pseudo-facto) da cuspidela? 

A resposta para mim é clara. Não estando presente e olhando só para o testemunho oferecido pelas imagens, não só não houve qualquer agressão (física) de BdC, como não há qualquer cuspidela. O interessante é que o depoimento do Arouca segue as primeiras reacções de alguns comentadores benfiquistas que conseguiram distinguir entre uma enorme mancha branca, uma cuspidela. Se eu fosse juiz nesta causa, analisaria toda a ocorrência, relacionando 7 factos com especial gravidade para o presidente do FC Arouca:

1/ É o presidente do Arouca que se dirige à zona do WC onde já está BdC;
2/ É visível que é Pinho a provocar o dirigente leonino;
3/ Não houve qualquer agressão do Presidente do Sporting;
4/ É visível que BdC está a fumar um cigarro electrónico. 
5/ Vê-se uma macha branca sair da boca de BdC ao mesmo tempo que fala e não é visível qualquer linguagem corporal de alguém que quer atingir com um escarro o presidente do clube adversário; 
6/ A interpretação de que é o que diz (e não o que cospe) BdC nesse momento que provoca uma reacção de Pinho é o melhor palpite que alguém pode dar olhando para as imagens;
7/ Pinho agride um Segurança por duas vezes e recorre mais tarde à sua entourage quando entende que está claramente impossibilitado de conseguir aquilo que pretendia desde o primeiro segundo - agredir ou insultar BdC.

Qualquer conclusão outra que não estas, pecará por não estar fundamentada nas imagens que foram fornecidas. E quanto à súbita ingerência dos “detectives vermelhos”, é caso para dizer que o apelo presidencial para “falarem só do Benfica” não só foi completamente ignorado, como passa a configurar no anedotário do futebol português. A maior parte dos “players" mediáticos benfiquistas…só fala é mesmo do Sporting, mesmo que isso implique tentar distinguir frame a frame a diferença entre uma baforada de tabaco e uma cuspidela. 


SL

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O eterno problema lateral de JJ

Se houve imagem de marca de JJ no Carnide, a dificuldade de "acertar" num lateral esquerdo, foi uma delas. E logo no inicio, esse estigma parecia votado ao esquecimento. É que Jefferson vinha de 2 épocas em bom nível, titularidade mais que segura, renovação de contrato fresquinha e uma transferência a despontar (com vários emblemas médios na Europa a seguir o atleta).
Mas o que tem de ser tem muita força e logo após o início da temporada com JJ ao comando, Jefferson lesiona-se, com tempo de paragem a navegar nos dois meses. De lá para cá, não mais a posição teve sossego e as "soluções" nunca foram convincentes. Nem Jefferson, nem Jonathan, Zeegelar...ou mesmo B.Cesar conseguiram dar o que o treinador "menos amigo de defesas esquerdos" pretendia.

No verão andámos de Insua, a Mas, voltando a Insua. Hoje mete-se mais um Siquera na roda e passa-se o tempo a imaginar o que renderá cada um deles e o que custará aos cofres leoninos mais uma voltinha no carrossel do mercado. Pelo meio, o presidente diz que não há planos de reforços, ainda mais pelo meio Zeegelar é convocado para a seleção Holandesa. No início restará sempre a sensação que a saga do lateral continuará e no fim, tudo o que o Sporting irá realizar na abertura em Janeiro. Confesso que Zeegelar terá de subir muito de produtividade e/ou Jefferson regressar ao mundo dos "jogadores de futebol" para que esta questão fique resolvida na confiança resoluta dada pelo presidente. Pode parecer insipiente e até dispensável perder 2 minutos de raciocínio com tudo isto, mas a verdade é que o passado de JJ e o que há no plantel de momento, é caso para um mínimo de reflexão.

SL

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Reforços de Inverno

Gelson Dala, Ary Papel. Os nomes podem dizer muito pouco ou nada aos Sportinguistas residentes em território nacional, mas acreditem...para os leões que se encontram em Angola estas são duas entradas no clube, mais que aguardadas. São dois nomes que significam coisas distintas, mas que são sem dúvida do melhor que o Girabola já produziu nos últimos anos. Dala é (desculpem o abuso de comparação) um avançado muito móvel, que à semelhança de (só como exemplo) Liedson, só está efectivamente na área na hora de concretizar. A margem de progressão do jogador é, reconhecidamente, enorme e ao contrário de Ary, pode ser ainda adaptado a várias funções no ataque. Sabendo que o Girabola não é a Liga Portuguesa e considerando que Portugal não é Angola, dir-se-á que é preciso muito tempo e paciência para retirar destes dois atletas algum trunfo para a equipa principal, mas o futebol é uma linguagem universal para os grandes talentos e quem se poderá dizer surpreendido se estas duas chegadas acabarem por dar a JJ algum suplemento de imprevisibilidade no ataque, coisa que só Gelson consegue dar no Sporting actual.

SL

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Uma questão Teo lógica

Recuso-me a pensar que um clube centenário, com um Museu a transbordar de troféus, se sinta na necessidade de “resgatar” um jogador de futebol como Teo Gutierrez que além de não confirmar o estatuto (salarial e desportivo) com que chegou a Alvalade, serviu de lenha a dezenas de artigos de mais ou menos carvão ao longo da época. Serviu de pouca solução em 70% da temporada e só “despertou” para o Sporting nos últimos 10 jogos da Liga…momento em que se esfalfava para poder ainda ser convocado para disputar a Copa América Centenário pela Colômbia. Declarações públicas de “alívio” por ter saído do Sporting, de querer sair do Sporting, de não querer voltar ao Sporting estão por aí espalhadas na imprensa Sul Americana e escusado será dizer que desejo ardentemente limpar o cu às mais recentes em que diz exatamente o oposto. 
Jogadores destes, marquem 15 ou 20 golos num ano, são imprevisíveis no relvado e demasiado previsíveis na má imprensa e num mau balneário. Jogadores como Teo, ajudam a ganhar jogos (nos poucos momentos da época em que nos fazem o favor de querer jogar à bola) e a perder adeptos, a afundar o orgulho dos que se importam com os exemplos desportivos, com o estatuto de clube que não quer vencer a qualquer custo. 

Um jogador individualista, pesetero, egocêntrico, que dialoga mais com Dios do que com os seus adeptos ou os adeptos do seu clube, que a única coisa que lhe interessa saber do Sporting é a que dia chega o salário…é precisamente o tipo de jogadores que eu acho que devemos evitar no nosso clube, pois não fazem história, não marcam adeptos, não constroem uma imagem correta do nosso clube no mundo e sobretudo…goste ou não JJ…retirará espaço de evolução a jogadores já contratados (e não foram baratos) que têm de ser rentabilizados, quer estejamos ou não na luta por títulos. É que atirar para o lixo 3 e 4 milhões de euros gastos há menos de 4 meses, não é um sintoma de um clube bem gerido, é um sintoma de amadorismo primário, de “compras” por capricho ou impulsivas. 
Não me revejo num clube que deseja o regresso de Teo, tanto como não me revejo num clube que gasta 14 Milhões em Castaignos, André, Elias ou Alan Ruiz e 8 ou 9 jogos depois, desiste de os rentabilizar. Sei que este não é o caminho do Sporting. Sei que embora a imprensa goste de passar essa imagem, não é isso que os dirigentes do meu clube irão fazer. Eu não vou a Alvalade assobiar jogadores com a camisola que idolatro. Se não jogam bem, o Treinador tira-os da equipa, se não servem para o clube o Presidente tira-os do plantel. Enquanto estiverem no relvado são os melhores, enquanto estiverem no plantel são solução. Eu, como adepto, não desisto de ninguém que esteja “dentro”, mas quero desistir sempre de jogadores como Teo, pois esses estarão sempre “fora”, com a cabeça numa qualquer praia sul americana, a beber rum e a glorificar Deus pela sorte que têm de terem de fazer tão pouco para a engorda sistemática da sua conta bancária. 

SL

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Teimosia e bolas de neve

A sensação que fico depois de ver o jogo de ontem em Dortmund é muito semelhante à que tenho tido no final dos últimos jogos do Sporting. Exasperação. O Sporting, contrariamente ao que os marcadores têm “dito” não é uma equipa desorganizada, nota-se disciplina quer nas movimentações quer nos posicionamentos, esse trabalho ainda não caiu por terra e notou-se ontem que mesmo introduzindo um esquema táctico diferente e nunca testado em qualquer tipo de jogo…não houve caos e por vezes até foi visível alguma clarividência em articular as peças, mesmo que posicionadas de forma distinta e com diferentes funções no relvado.
O maior problema é a definição das jogadas. O último passe, a derradeira demarcação, a espontaneidade no remate, a concretização (seja na escolha ou na posição de onde se remata). 

Um sintoma do que estou a falar é bem visível na capacidade das defesas contrárias (sejam Dormunds ou Tondelas) em controlar o ataque leonino raramente recorrendo à falta especialmente em zonas próximas às suas áreas defensivas. Este é um sinal, mais do que evidente de que às defesas contrárias basta, na esmagadora maioria dos casos, acompanhar as movimentações, diminuindo linhas de passe…e o resto é deixar o tempo passar, deixando as sucessivas "ondas baterem contra as rochas”, perdendo assertividade e discernimento conforme o relógio avança. O Sporting actual não “mata” e logo…morre sucessivamente na praia, no campo, na cidade, vai morrendo conforme as oportunidades são desaproveitadas e muitas das vezes com 15 ou 20 minutos sem um remate à baliza. No futebol esta “doença” chamada falta de confiança para concretizar volume ofensivo de jogo é considerada grave e muitas das vezes o remédio depende pouco dos paliativos administrados por tácticas ou mudanças de jogadores.

O actual síndrome de que padece esta equipa pode muito bem já ter atirado o clube para a Liga Europa (onde precisamos de não perder com o Légia, pois já têm 1 ponto) sendo que o apuramento para a LC dependerá de vencer o Real Madrid e rezar para que este perca em casa com o Dortmund, indo nós também vencer a Varsóvia. Não é impossível, mas se formos realistas e olhando para o que produzimos no momento em campo…é mais seguro contar com as dificuldades em levar de vencida o actual campeão europeu, que não vai deslocar-se a Alvalade com a descontração que evidenciou na Polónia. A Liga portuguesa é outra conversa. Os 6 pontos perdidos parecem ser complicados de recuperar, não porque os adversários façam grandes brilharetes e se mostrem tão fortes que não venham a desperdiçar pontos…mas sim porque nós mostramos problemas suficientes para nos “coçarmos” bastante nos próximos 6 ou 7 jogos.

Para mim é evidente que o mais importante para o meu clube é começar a marcar golos e a vencer jogos, iniciando uma rotina vencedora e especialmente regressando ao hábito de amealhar 3 pontos de forma normal e sem perturbações de monta. E se é verdade que este cenário é a receita mais óbvia e primária, não deixa de ser real que talvez exista muito trabalho a fazer para que não dependamos de uma súbita carambola de erros adversários. Quem vê futebol há alguns anos, sabe que o pior para um clube grande é chegar a um ponto onde os adversários lhe “cheiram” o receio de perder pontos e avançam para as partidas com a ideia de que existem mais probabilidades de pontuar que o normal. O que se pode fazer para aproximar a equipa da porta de saída desta crise de resultados? Essa é a pergunta que deve pairar há semanas na cabeça de JJ e não devendo arrogar a saber mais do que um treinador tri-campeão, tenho cérebro e não ficarei a dever nada a ninguém se adiantar que (para mim) é claro que há muito trabalho motivacional a fazer e demasiados jogadores muito abaixo do que sabem fazer. São problemas solúveis, bastando que a teimosia permita ajuda no trabalho mental dos atletas e a procura no plantel (e até fora dele) de alternativas aos titulares. Envolve risco? Sim. Mas olhando para os resultados, o risco maior é mesmo o de deixar a bola de neve rolar.


SL

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

"O jogo da mala segue para a Madeira"

Se alguém me conseguir explicar porque é que um clube sem aspirações de monta no campeonato, que segue em 14º lugar, a 7 pontos do 5º lugar, prefere entregar o acesso à fase de grupos da Taça da Liga (competição que oferece prémios financeiros bem mais atrativos que o zero recebido por qualquer jornada do campeonato) para que hoje tenha uma equipa descansada (poupou 10 titulares) para defrontar o Sporting, se alguém me der um argumento válido…então retiro o que vou afirmar de seguida. Até essa altura a única coisa lógica que explica esta gestão desportiva e assumindo que os dirigentes do clube Madeirense não são nem uma equipa C de Porto ou Benfica, nem tontos ao pontos de desperdiçar dinheiro…então meus caros, a única hipótese que resta aponta directamente a mais um capítulo do tal jogo da mala, modalidade que os clubes da Madeira conhecem bem e que, na opinião de muitos que seguem sem vendas o futebol português, a ela ficarão ligados na história do título da temporada passada.

Podia dizer que tenho pena dos adeptos do Nacional, pois têm de gramar com este tipo de dirigentes que vende o orgulho e a dignidade do clube por mais uns “quinhentinhos”…mas estaria a mentir-vos. Se estes dirigentes estão lá é porque vão a eleições e as ganham e não consta que exista grande oposição à gestão de Rui Alvez, que perdura desde 1994 (22 anos…).
A única resposta que o Sporting deve dar a isto é vencer o jogo. A única justiça que pode acontecer é mesmo o Nacional ficar sem Taça da Liga e sem mala. Dono do seu erro e do seu castigo.

SL 


PS- Se o Sporting vencer a partida, vou estar atento no final para ver se treinador e dirigentes do Nacional abandonam o relvado a rirem-se e a dar palmadinhas nos delegados ao jogo do Sporting.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O Preço Certo de um árbitro

“Alguém acredita que um árbitro seja corrompido por 300, 400 ou 500 euros?”

Já passaram alguns dias e ainda não acredito que o presidente de um dos  maiores clubes portugueses disse mesmo isto. É tão manhosa a frase e encerra em si tantas linhas de pensamento sabujo, que seria inalcançável até para para um político de lobby ou um advogado de cartel de droga. Vieira ao longo desta entrevista revela aliás que não percebeu (ou insiste em fingir que não percebeu) qual é a verdadeira questão dos vouchers e porque é que estando PJ, Liga, FPF e todos os clubes (menos o Sporting) do lado errado de todos os códigos de ética no que respeita à transparência absoluta das regras de concorrência, paridade e isenção…o assunto perdura nos media.

O próprio Marco Ferreira, o tal que já na calha para a descida de categoria apita a Final da Taça, o tal que desmascarou Vitor Pereira como “anjo da guarda” dos interesses benfiquistas, o tal que agora ligou o cérebro em modo “vira-casaca” e só falta agradecer ao Benfica ter acabado com a sua carreira, vem agora cavalgar na onda do “fait-diver”, assumindo que em poucos dias recebeu 2 kits e vouchers e destaca o facto de nenhum árbitro ter usado os tais vales, a toda a gente escapa (ou deseja que escape) a pergunta: se nada é passível de crítica, porque razão “nenhum” árbitro descontou as tais refeições? Se é tudo tão transparente e honesto, porque é que tantos árbitros, que imagino gostarem de uma refeição num restaurante como qualquer um de nós, não usou de tal previlégio? 
Apesar de até esse argumento ser falso (houve mesmo árbitros que tiraram partido da oferta) e escapar a esta narrativa o caso dos observadores também serem receptores dessa eterna oferta de camisolas e livros do Eusébio, todos nós sabemos porque tão poucos homens do apito têm reservas em deslocar-se ao dito restaurante e isso não é, como o “vendido” Marco Ferreira e outros campeões de morais destorcidas defendem, argumento de defesa, mas talvez a melhor prova do atropelo à ética competitiva.

A questão não é, como diz o “magoado” Vieira que a verba seja insuficiente para corromper um árbitro, mas sim o facto de termos de imaginar qual seria essa verba e andarmos a discutir o assunto como se o centro do debate fosse uma questão de dígitos. Não é. Um euro já seria errado e isso é um princípio que mentalidade Escobariana não quer ou não consegue entender. Vouchers e o Canelas, dois eixos de um futebol que definha a saque de cumplicidades e argumentos que só podem convencer pessoas a quem os pais nunca mostraram a tal linha que separa o certo do errado, aquela linha que nos ensinaram a não ultrapassar, porque fazê-lo “só uma vez” ou “só pisando um bocadinho” seria universalmente errado. Porque o problema não é o tempo, a oportunidade e o espaço…é a motivação ou a cedência própria a valores e comportamentos que estão, sempre do lado errado do respeito pelos outros e do respeito pela competição. 


SL

terça-feira, 25 de outubro de 2016

O clube que precisava de um reset

Vamos lá ver se nos entendemos e como dizem que é a falar que isso sucede, aqui vão os meus quinhentos quanto à problemática do momento "o que raio aconteceu à equipa do Sporting que terminou a época passsada".

1/ O onze mais titular era Patricio, Schelotto, B.Cesar/Marvin, Coates, Semedo, William, Adrien, JMário, Ruiz, Teo e Slimani. Destes jogadores saiu Adrien por lesão, JMário, Teo e Slimani por transferência. Em 11 saíram, por razões diferentes, 4 jogadores...e se formos honestos os 4 foram bastante influentes na fase mais regular da equipa. Mesmo assim não explica a derrota em Vila do Conde e o empate com o Tondela e Guimarães.

2/ O Sporting contratou 12 jogadores para o plantel principal. Beto, Douglas, Petrovic, Melli, Elias, Markovic, Campbell, A. Ruiz, Castaignos, André Filipe, Spalvis e Bas Dost. Quase metade do plantel chegou a conta gotas, alguns mesmo após a 4ª jornada. Mesmo assim não explica a derrota em Vila do Conde e o empate com o Tondela e Guimarães.

3/ O Sporting deixou de poder contar, de repente com o cérebro da equipa - João Mário, com o motor da equipa - Adrien e o matador da equipa - Slimani e com o que quer que tenha sido o Teo na equipa, mas as bolas lá entravam. A verdade é que Gélson não tem a decisão, a visão de jogo e a ação pendular de J.Mário...tem muita velocidade, desequilíbrio e drible, mas coletivamente não tem a mesma contribuição do agora médio do Inter. A verdade é que o substituto de Teo anda difícil de encontrar...tendo já tentado o sapato da Cinderella os dois Ruiz, André, Markovic e Campbell. A verdade é que as saudades do Capitão Adrien aumentam todas as semanas, e apertam especialmente quando Elias parece tão perto de "valer" um Adrien como o "fantasma" de Melli. A verdade é que Dost não tem a capacidade de "ir buscar os golos a casa" como o fazia muitas vezes Slimani e a equipa habituou-se demasiado a ter um jogador "2 em 1" em campo. Mesmo assim não explica a derrota em Vila do Conde e o empate com o Tondela e Guimarães.

4/ Bryan Ruiz, Marvin, Schelotto e William não tem tido a regularidade de outros tempos e se o problema do Costa-Riquenho é mesmo cansaço, os restantes estão a revelar alguma instabilidade emocional, criando mais dificuldade aos que ainda estão a apalpar o terreno no clube e no onze. Mesmo assim não explica a derrota em Vila do Conde e o empate com o Tondela e Guimarães.

5/ O relvado é novo e parece pesado, o motivador profissional do departamento saiu, houve Campeonato da Europa no verão e 2 Copas Américas nos últimos 2 verões. Mesmo assim não explica a derrota em Vila do Conde e o empate com o Tondela e Guimarães.

6/ Campbell, Markovic, Petrovic, A.Ruiz, Castaignos e Melli chegam ao Sporting depois de estarem muitos meses sem serem figuras de destaque nas suas equipa...quer por lesão ou por terem perdido a titularidade. Mesmo assim não explica a derrota em Vila do Conde e o empate com o Tondela e Guimarães.

7/ Curiosamente ou não, o Sporting revela cada vez mais dificuldade frente ao adversários que prescindam do controle do jogo e se remetam a criar linhas de oposição ao nosso ataque. A forma como os defesas laterais deixaram de dominar as alas "empurrando" os extremos para dentro da área é evidente e hoje em dia limitam-se a subir 1/3 do que o faziam. Mesmo assim não explica a derrota em Vila do Conde e o empate com o Tondela e Guimarães.

8/ O Sporting da época passada, em 34 jogos da Liga, perdeu 2 vezes e empatou 5 partidas. Desperdiçou 16 pontos em 102 possíveis. Esta época, depois da 8ª jornada, em 24 possíveis, já perdeu 7 pontos. De um taxa de desaproveitamento de 15,7% passámos para uns surpreendentes 29,1%. Quase que temos o dobro de probabilidades de perder pontos de uma época para a outra. E no entanto tudo parecia ser mais sólido numa época com uns sonantes 12 reforços. Os 5 pontos perdidos em Vila do Conde e com o Tondela em casa foram bem conquistados pelo adversário o que nem sempre foi o caso dos pontos perdidos em 2015/16, quando em muitas dessas partidas merecemos claramente melhor sorte (Benfica e Tondela em casa, Guimarães, U.Madeira e Boavista fora).
Enquanto tentamos sofregamente justificar o que parece não ter uma explicação óbvia, o que fazemos muitas vezes é rebuscar no detalhe, na estatística ou nos condicionalismos do futebol moderno. Esquecemos de olhar para o mapa, preferindo seguir o olfacto. 

A verdade é que o 1º mau resultado em Vila do Conde chegou depois de uma das melhores exibições num dos campos mais difíceis da Europa e é difícil entender como se pode exibir bem frente aos melhores e mal contra os piores. Talvez a entrega total e a inteligência de o fazer, independente do nome do adversário, seja a melhor das explicações para os 7 pontos que já perdemos pelo caminho. É que olhando para o jogo de Guimarães  (e apesar de erros grosseiros do árbitro) a evolução do marcador nunca poderá ser a que foi sem que se detecte algum desfoque e perda de compostura com consequente pânico e finalmente a derrocada coletiva. Além de demasiado penalizadora para o Sporting, não deixa de ser curioso que entre os jogos de Rio Ave e Guimarães exista um denominador comum - a vertigem de golos sofridos em poucos minutos e sobretudo em poucos lances. Isto só é próprio de uma equipa “surpreendida” e rendida à fúria de investir cegamente…com os resultados conhecidos.

Quebras de forma de alguns jogadores, lesões e dificuldades de adaptação quer ao modelo de JJ, quer ao nosso contexto competitivo, transferência de peças importantes na manobra da equipa, tudo isto pode servir de explicação, mas honestamente e olhando à forma como sofremos 3 golos de rajada em Vila do Conde, como nos deixamos empatar em cima da hora em Guimarães depois de estar a vencer 3-0 aos 70 minutos ou como jogámos frente ao penúltimo classificado em casa e permitimos ao Tondela fazer o único tipo de jogo que sabe…estas não são ocorrências que uma equipa do Sporting (esteja mal ou bem) não consiga evitar, os adversários em causa não têm estatuto, talento ou quaisquer outros argumentos para conseguir fazer o que fizeram perante um Sporting minimamente concentrado, focado e unido em torno da missão mais importante de todas: conquistar 3 pontos, seja de que forma for, bonita ou feia, atacando melhor ou pior, defendendo melhor ou pior.
A arrogância e a vaidade de acreditar que as vitórias são fáceis de conquistar, sem o recurso ao esforço e inteligência estritamente necessários. Isto sim explica os 7 pontos que perdemos e a culpa é mesmo de todos. Jogadores, Treinador, Dirigentes, Adeptos. 

Todos teremos de assacar a nossa cota parte de culpa na imagem que nos perdurou da última época e que infantilmente achámos que seria transportada para a actual. No futebol o momento é o momento, passado e presente dificilmente se conquistam da mesma forma e quanto mais depressa fizermos reset a 2015/16, mais depressa vamos arregaçar as mangas e partir de “um início” onde ao zero vamos somando pontos de partida, tentando subir a mesma escada onde acabamos de descer aos trambolhões.


SL

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Carta de um Leão a outro Leão

Caro Sr.Presidente do Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho.

Antes de começar a ler esta missiva, peço-lhe que tente sentar-se comodamente e que faça um pequeno esforço para se isolar da azáfama que o rodeia durante 5 ou 6 minutos. Sei que não deve ser fácil, mas gostaria que pudesse dedicar-me este tempo. Sei que o mereço antes e que o merecerei mais ainda quando terminar.
Pode parecer um contrassenso, mas detesto "cartas abertas". Faço-o, não porque tenho a megalómana e indistinta vontade de me tornar protagonista usando a sua condição de recetor, mas sim porque sinto o dever de dar voz a muitos outros sportinguistas que querem fazer uso do seu direito à critica sem que se alimente qualquer outro tipo de apoios, qualquer outro tipo de agenda que não seja melhorar o Sporting.

O problema de qualquer clube de futebol chama-se "maus resultados", afecta qualquer emblema e o Sporting não é diferente dos demais, é para mim e para si especial, mas não tem nenhuma salvaguarda que o impeça de perder jogos, pontos e títulos. Infelizmente o sabor da frustração da derrota (ou não vitória) é bastante familiar aos sportinguistas. O que faz de nós um clube especial é que ao contrário da maior parte dos clubes de futebol mundial, o Sporting Clube de Portugal consegue crescer não amealhando títulos. Durante o seu mandato que estará prestes a terminar no início de 2017, o clube cresceu. Uma Supertaça e uma Taça de Portugal podem ser bons argumentos para explicar a dimensão da recuperação que o Sr.Bruno de Carvalho e restante equipa directiva conseguiu fazer, mas ambos sabemos que isso não é verdade. Vencer as Taças internas é apenas um prémio de (fraca) consolação para os adeptos em Portugal e se para um Braga é um ponto alto na história desportiva do clube minhoto, para o Sporting é apenas mais uma nota de rodapé em face às expetativas de ser o melhor, incontestavelmente o melhor entre os grandes do nosso desporto-rei.

Eu e o Sr. Bruno de Carvalho sabemos muito bem que o Sporting tem crescido e recuperado o seu estatuto de "crónico" (como gosta de o dizer) às custas da sua energia, dedicação e exigência. O seu papel como líder pode ser mais ou menos cordato com a concorrência, mais ou menos justo para com os seus antecessores e colegas actuais que dirigem o clube, mas aqui, só entre nós dois, o meu caro Presidente abanou toda a estrutura do clube indo direito ao orgulho e exigência dos universo (cada vez maior) de Sportinguistas. Todos nós, que amamos o clube até às últimas consequências, entendem muito bem o que tentou, tenta e tentará fazer enquanto se chamar a si próprio Presidente do Sporting e nunca duvide por um segundo que a sua base de apoio continua sólida e imune a conspirações de retretes suburbanas. Nunca duvide da inteligência dos Sportinguistas em dar total apoio a quem já provou vezes sem conta colocar o interesse do clube bem acima do estivemos habituados num passado recente. Não tenho a mais pequena hesitação em considerar o meu caro Dr. Bruno de Carvalho um dos presidentes mais importantes da história do clube e uma das figuras mais apaixonantes do dirigismo desportivo, pelo que devo dizer que era apenas uma criança nos tempos do saudoso João Rocha e imaturo demais para entender a sua visão e dedicação ao clube.

Mas, o meu caro Presidente já sabia que este "mas" vinha a caminho, mesmo João Rocha não foi infalível, mesmo os melhores dos melhores se equivocam. Não por desleixo, não por prepotência, mas apenas porque no meio de tantas decisões, ninguém consegue adivinhar o futuro e muitas vezes a realidade altera-se tão profundamente e de forma tão rápida, que o que parecia uma decisão 100% fundamentada e estruturadamente válida se revela errada. O Bruno, permita-me a confiança, deve estar a pensar "então venha de lá esse tal erro". Satisfazer-lhe-ei essa minha presunção de  lhe adivinhar o pensamento indo direito ao sentido deste texto: dar mais poder ao treinador Jorge Jesus foi e é um erro.
Nem eu, nem ninguém em Portugal poderá dizer que Jorge Jesus não tem competência para "ler" o jogo de futebol, será aliás dos melhores nesse aspecto. Poderia até ser lógico deixar, quem sabe e quem treina, escolher os jogadores com quem vai trabalhar. Mas se o Bruno de Carvalho olhar para o futebol de forma global (e sei que cada vez mais o faz) poderá constatar que os maiores emblemas, os mais poderosos, os mais ricos, os mais vencedores, dão cada vez menos margem aos treinadores para serem eles a apontar, escolher e contratar jogadores. A excepção é a Inglaterra, o reinado dos "Managers" sempre definiu uma variante à estrutura de organização essencialmente apoiada em centros de conhecimento que privilegiam a decisão colegial e não a acumulação do negócio e a preparação da equipa no mesmo cargo, na mesma pessoa. Mas até no Reino Unido, o supercargo de poder contratar quem se vai treinar está a cair em desuso, essencialmente porque os managers britânicos escolheram mal, muito mal, sobretudo a partir do momento em que as nacionalidades ou as verbas deixaram de ser um problema.

Hoje em dia, Ilhas Britânicas incluídas, escolher jogadores, comprar os seus passes, valorizá-los e transferi-los passou a ser uma das actividades mais importantes para a sustentabilidade e sucesso de um clube de futebol. Comprar os jogadores errados ou vender os jogadores errados é hoje uma das explicações mais comprováveis para justificar más épocas desportivas. A tal "gestão dos activos" já não é mera rotina de olheiro - treinador - presidente, é a quase a totalidade do que deve ser bem feito para gerar lucro, troféus ou ambos. Cada vez mais os clubes entendem essa importância e tentam dotar os seus departamentos de futebol de tudo o que pode servir de diferencial, quer humano, quer tecnológico. A era do Scouting começou já faz uma boa dezena de anos e quem a entendeu como estratégica prosperou, quem não o fez, dependeu demasiado da sorte, provavelmente despendendo muitos recursos em erros que poderiam ter sido evitados. O Scouting é muito mais do observar ou detectar jogadores. O meu caro Bruno (repito o atrevimento) sabe tão bem como eu que os grandes jogadores são facilmente detectados e qualquer pessoa com o grau mínimo de conhecimento saberia dizer que Ronaldo, Messi, Ibrahimovic ou Neimar, mesmo com apenas 12 ou 13 anos viriam a ser diferentes dos demais, saberia pelo menos o suficiente para recomedá-los. Ainda precisariam de menos do que isso para recomendá-los aos 17 anos e absurdamente menos quando tivessem 23 ou 24. A questão com esse tipo de talentos não se chama Scouting, mas sim Financing. O problema é que o Sporting, assim como 99,9% dos clubes mundiais não só por missão contratar vedetas ou futuras vedetas (até porque isso cada vez será mais difícil face aos desequilibrios entre clubes europeus e diferentes economias) mas essencialmente conseguir encontrar jogadores com a maturidade de darem acréscimos segundos depois de assinarem o seu contrato.

Esta circunstância de ter de "descobrir" mais valias imediatas a preços comportáveis requer a capacidade de conseguir fazer previsão, mas sobretudo a capacidade de conseguir comparar coisas diferentes. De grosso modo, conseguir comparar Slimani no Sporting a Bas Dost no Wolfsburgo. No passado essa missão era menos arriscada e menos global, mas hoje em dia falhar uma contratação tem um peso enorme nas finanças de um clube. São milhões de euros que não têm regresso, são passivos que se aumentam, são homens a quem se aponta a responsabilidade de "justificar" demasiado dinheiro, demasiado risco. A solução encontrada por muitos (e bons) clube foi a mais racional possível. A decisão tem de ser fruto de um trabalho quase totalmente científico. A estatística, o comportamento, o lado social, o estado civil e agregado familiar, a observação sistemática sob todos os ângulos da carreira desportiva, seja aos 7 ou aos 35 anos, o Scouting transformou-se numa ciência cada vez menos apoiada em feelings, em palpites, em "olheiros". Não sei o que Jorge Jesus pensa sobre esta evolução, não sei sequer o que pensa e implementou no Sporting, o que sei é que seja qual for o caso, o Scouting no Sporting trabalhou mal. Pode parecer estúpido estar a dizer isto em Outubro, mas não falharei por muito se arriscar pensar que o meu caro Presidente pensa o mesmo, nunca o poderá dizer (eu faria o mesmo na sua posição) mas tenho por mim certo que um dirigente com o seu grau de estudo do fenómeno futebolístico também já entendeu o falhanço que foram algumas das maiores apostas para esta época. Se o poder esteve nas mãos de Jorge Jesus e não estarei a falhar por muito, vejo-o como responsável e como tiro de letra que nenhum scout daria o aval a muitas das chegadas ao plantel, não posso deixar de entender que a aposta na extensão da responsabilidade oferecida a Jorge Jesus não teve o retorno e a melhoria desejada.

Como disse no princípio, a minha vontade assim como a de muitos outros Sportinguistas não é a de "queimar" o legítimo trabalho e competência de quem está no clube, não tenho eu nem ninguém esse poder ou vontade. Mas no meio de tantas vozes que pedem cabeças, eu e quem estiver ao meu lado, pedimos trabalho e inteligência. Pedimos competência. Em muitas coisas que estão a correr mal, podemos e devemos melhorar e é na mente e na capacidade de Jorge Jesus que confiamos que venham a ser encontradas as soluções. Não interessa que nos venham dar explicações, escusas, respostas ou murros na mesa. Queremos que se sentem à mesa, trabalhem e obriguem outros a trabalhar. Se o que existe não está bem, não funciona, só conheço uma forma de melhorar e chama-se dedicação ao "trabalho" e empenho em esforços coletivos. Muitos desprezarão a força do que um punhado de homens pode fazer, mas a história do Mundo e do Desporto está inundada de exemplos, de turning points onde a diferença, a mudança, a reviravolta esteve centrada na união desinteressada de várias pessoas num bem comum. Essa é a única forma que conheço de uma equipa superar os seus medos, as suas fraquezas, as suas incapacidades. Peço-lhe, caro Presidente, que olhe para dentro e dedique o seu melhor a este tipo de soluções, exigente como sabe sê-lo, mas também solidário e centrado unicamente na definição de uma "Equipa do Sporting". Acredito que 5, 6 ou mais pontos serão ultrapassados quanto mais uma mensagem de união perante a adversidade conseguir ser implementada.

Para último deixo uma mensagem ainda mais importante. O Bruno sabe tão bem como eu que a grande desilusão dos Sportinguistas com os resultados mais recentes da nossa equipa de futebol, prendem-se sobretudo com o facto de os mesmos desaires estarem a aparecer num completo contra-ciclo. O clube cresce, recupera financeiramente, intromete-se novamente ao mesmo nível de ambição que os seus grandes rivais, a equipa vinha a ser, incontestavelmente a melhor em jogo-jogado. Tudo apontava no final da última temporada que o prémio (merecido já em Junho) chegaria este ano, ou na pior das hipóteses, andaríamos tal como na época passada pertíssimo da liderança. Estar a 5 pontos do Benfica e já a 3 do FC Porto é para nós adeptos (e para si ainda mais) um choque, algo para o qual não estávamos preparados. Nenhum indício existia que tal pudesse vir a acontecer e embora nem tudo no desporto seja lógico, valha a verdade que à 10ª jornada já ter perdido muito da totalidade dos pontos perdidos da época passada é pesadamente ilógico, sendo que o treinador é o mesmo e "apenas" saíram 2 jogadores. A dinâmica de crescimento, a que muito devemos agradecer ao seu espírito lutador e ao Sportinguismo feroz de nós todos como adeptos está a ser contrariada por um princípio de época muito pouco feliz. Na mente de todos pesam os fantasmas de um Sporting do passado arredado da luta do título cedo demais e isso deta vez é algo inaceitável. Este facto é um elogio ao seu trabalho no ressurgimento de um Leão adormecido, mas também é um fardo com terá de lidar e saber conviver. Os Sportinguistas revêm-se no seu clube e não querem vê-lo retroceder, voltar a carpir lágrimas antigas e queixumes bolorentos. Queremos todos o Sporting que o meu caro Bruno nos devolveu e esse, seja qual for o prisma que se observar, não é o que esteve em campo no final do jogo de Guimarães ou na tarde de Sábado em Alvalade. Esse é um Sporting de que não temos saudades, mas sim muito pavor. A contestação que se gerou neste fim de semana é algo que o Bruno terá de canalizar para dentro como saudável, explicável e até útil. Os adeptos são a base do clube e a base do clube não acredita que muitos dos jogadores valham apenas "aquilo", que Jorge Jesus não tenha a arte e o engenho de rapidamente colocar os atletas a fazer das suas fraquezas a força que o coletivo precisa.

Não queremos "cabeças". Queremos as "cabeças no lugar". Não queremos desculpas. Queremos apenas "desculpar" a nossa equipa. Não queremos contestar. Queremos comprovar, cada vez mais, que não estamos errados ao acreditar que seremos muito mais fortes amanhã do que somos hoje e que as pessoas que estão, são mais que capazes de levar por diante os nossos sonhos de glória. Espero ter servido de voz a muitos dos meus consócios, de espaço a ideias razoáveis e sobretudo fiel à vontade que eu e o Bruno temos de ver sempre sorrisos em Alvalade. Agradeço-lhe meu caro Presidente o tempo que me possa ter dispensado, sendo mais que garantido que estarei, sempre que me for possível em Alvalade a fazer-lhe companhia no apoio à nossa Equipa. Pois também eu tenho as minhas responsabilidades como adepto do Grande Sporting Clube de Portugal.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O meu direito à opinião está a ser censurado

A maior parte das pessoas que gosta de acompanhar blogs e outras redes sociais sobre o nosso futebol desconhece a "caça" ao conteúdo que Tv´s como a RTP, TVI24 ou a SportTv andam a fazer nesses mesmos espaços. E não deviam. Deve ser um assunto debatido e aberto à opinião de todas as partes. Pela minha parte considero um sinal de despotismo dos canais quererem ter muita audiência, quererem ver repercussão do conteúdo que transmitem na opinião pública, mas não estando dispostos a que “outros” façam a escolha do que deve ser partilhado. A todos os níveis é uma forma de censura e eu julgo que não podemos de deixar de lutar por qualquer que seja a liberdade de opinião, a nossa Democracia depende totalmente disso.

O processo é bastante simples. Um qualquer canal denuncia um conteúdo no facebook por infração aos direitos de autor e esta rede social é automaticamente obrigada a retirar o conteúdo, ameaçando fechar o espaço se existirem posteriores denúncias semelhantes. É preciso que fique bem claro que o debate sobre até onde deve ir o direito autoral, especialmente de conteúdos informativos está bastante avançado noutros países que consideram uma ameaça ao direito de opinião o acto de limitar ou proibir o acesso e a difusão livre de qualquer conteúdo.

A verdade é que, no dia em que forem os grupos económicos (e as TVs são parte dos mesmos) a “controlar” o que se diz e o que se pensa no nosso dia-a-dia, as nossas sociedades estão severamente ameaçadas nos seus direitos fundamentais e na manutenção de uma opinião pública protegida de propaganda, censura ou outro tipo de comportamento ditatorial. Não tenhamos ilusões, o poder financeiro, o dinheiro, o liberalismo sem respeito pelos princípios da democracia…é bem capaz de ser a parte mais visível da anunciada queda do paradigma das sociedades ocidentais.

Recentemente vi dois vídeos retirados desta página de facebook, tão pouco é relevante o tipo de conteúdo que exibiam, mas é absurdamente relevante que a minha vontade de “falar sobre eles” ou usá-los para fundamentar uma opinião me tenha sido negada, tão somente porque a TVI24 achou um atropelo ao seu direito de autor do programa “Prolongamento”. Acho ridículo e ofensivo que as leis do meu país, a constituição que regula o meu dia-a-dia não proteja o meu uso de um conteúdo informativo já difundido e não defenda o meu direito a emitir opinião. Que o senhor Zuckerberg cumpra as leis da Irlanda quantos aos direitos de autor até compreendo, o que já acho estranho é a atitude da TVI (neste caso) que entendo como uma péssima falta de respeito pela minha cidadania.

Posso até garantir-vos que a censura aos conteúdos realizada pelos vários canais de tv estão a incidir particularmente sobre quem critica negativamente a qualidade e utilidade de alguns dos seus programas e de alguns dos conteúdos que exibem. Posso garantir-vos também que os adeptos sportinguistas, responsáveis por páginas semelhantes a esta, estão a ser alvo de uma perseguição online a este tipo de vídeos, usando o argumento dos “direitos de autor” para calarem a desmontagem da propaganda mascarada de informação e debate, uma das ferramentas mais funcionais e estratégicas usadas pelo “cartel de paineleiros” benfiquista. 

Se isto não é o suficiente para cidadãos, como eu sou, se juntarem para defenderem os seus direitos fundamentais, constitucionais, livres e democráticos, então não sei para que exerço o meu direito de voto, pois os meus governantes preferem os direitos de autor de 10 segundos do senhor Pedro Guerra a injuriar um responsável do meu clube à minha liberdade de o criticar. No caso da RTP o caso será ainda mais grave, pois o serviço público pelos vistos não acolhe a liberdade de um contribuinte poder usar conteúdos que pagou para serem produzidos.

Façam o favor de usar a caixa de comentários para emitirem a vossa opinião e sobretudo reflectir nos passos que podemos e devemos dar para lutar contra esta “ditadura”. Convido-vos também a partilhar o post, para que a minha mensagem e convite possa chegar ao maior número de possas, não só Sportinguistas, pois hoje somos nós, amanhã podem ser quaisquer outros cidadãos que se atrevam a manifestar-se contra o tal “sagrado conteúdo” televisivo.