segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Rodar baixo ou Manter alto

Todas as épocas, os 3 grandes colocam dezenas de jogadores, pulverizando atletas pela 1ª liga, aproveitando a escassez de recursos financeiros da maioria dos clubes profissionais. Quase todos os emblemas do primeiro escalão têm 3 ou 4 atletas (alguns mais) e quase todos se conseguem assumir como elementos importantes no 11 base.

Esta forma de rentabilizar os vários atletas sob contrato é muito mais vantajosa que manter jogadores na equipa B, onde competem numa divisão inferior e com muito menos visibilidade. O Porto sempre teve uma ampla rede de clubes na sua proximidade que batiam palmas quer a jogadores quer a treinadores oriundos da esfera de influência dos azuis e brancos. O Benfica começou a fazer esse trabalho há menos tempo e sobretudo na 2ª Liga e o Sporting dá desde o ano passado os primeiros passos (com algum método pelo menos) nesta ciência de "trabalhar" os empréstimos dos seus atletas mais capazes ou mais promissores.

Muitos poderão apontar que o Sporting desde sempre emprestou jogadores e que isso não é novidade. Como referi, a diferença hoje é o método e não o empréstimo em si. Desde a formação da v2.0 das equipas B, que o Sporting vivia amarrado à ideia de que um jovem jogador que saía dos Juniores teria de fazer a transição para o futebol profissional obrigatoriamente pela equipa B, onde permaneceria até entrar na 1ª equipa ou ser emprestado (ou dispensado) caso não conseguisse a promoção. Só muito recentemente o clube percebeu que tinha a pirâmide virada ao contrário. De facto a equipa B é um patamar estratégico para adaptar jogadores ao nível senior e profissional, mas não deve impedir a progressão de dois tipos de jogadores:

a) aqueles que por excepcional qualidade e maturidade, podem transitar directamente dos juniores para a equipa principal (ex: Ronaldo, Quaresma, Figo, Patrício, etc)

b) os que, apesar da qualidade não estão ainda preparados para competir ao mais alto nível, mas que têm o suficiente capital de confiança nos responsáveis leoninos para serem testados na 1ª liga.

Para qualquer um destes exemplos, a equipa B é um espaço de redundâncias, onde irão abrandar o ritmo de crescimento, muitas das vezes até retrocedendo (principalmente no patamar da motivação e auto-confiança).

Não é por acaso que os jogadores que mais recentemente se fixaram no 11 titular do Sporting, precisaram de serem emprestados e raramente (lembro-me apenas de Gelson Martins) passaram directos da equipa B para o plantel principal.

SL

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