quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Decisões

Saídas:

Bryan Ruiz, Douglas e Schelotto são os três duques que ainda procuramos colocar no mercado e a coisa promete não ser fácil, ainda assim todos eles têm clubes (sem grande capacidade de investimento é certo) interessados e esperam-se novidades ao longo do dia.

Se William acabar por ficar (e ainda não sabemos) Petrovic e Palhinha são dois galos para um poleiro só. Parece-me que a decisão vai ser tomada optando pelo crescimento do português ou pela não desvalorização do investimento feito no sérvio.

Se Drinkwater do Leicester acabar no Chelsea, a Stellar que gere a carreira deste jogador e de... Adrien, pode muito bem tentar repor a posição nos Foxes com um box-to-box seu e aqui dependerá, como sempre, do tipo de proposta que vão apresentar.

Entradas:

Se a primeira nota acabar por ocorrer na totalidade, será tentador para JJ e para a direcção aproveitar a folga salarial para incluir mais um central ou um avançado. Mas a horas do fecho do mercado, são demasiados "se's".

Ficando sem o concurso de Adrien e William é mais do que óbvio que os médios disponíveis são bons, mas poucos e faltará um "peso pesado" na linha média de cariz mais defensivo que sirva de ponto de referência (sobretudo nas grandes partidas). Acredito que algo estará preparado para compensar esta dupla saída.

Aliás o rendimento muito acima da média de B.Fernandes na ligação do meio-campo com o ataque pode ter feito JJ mudar de ideias quanto à sua utilidade como substituto de Adrien. E saindo este...

Saudações Leoninas


quarta-feira, 30 de agosto de 2017

O que pode acontecer em dois dias?

1. William sair e Battaglia assumir a posição 6, tendo Palhinha e Petrovic como back-up´s.

2. William sair e a SAD procurar um novo ídolo para fazer parceria com Adrien, deixando Battaglia como salvaguarda para a posição 6 e 8 (obrigando Petrovic ou Palhinha a um novo empréstimo).

3. William ficar e fazer um meio-campo de luxo com Adrien e Bruno Fernandes, provavelmente forçando o Sporting a talvez vender A.Ruiz a um possível interessado.

4. Chegar um central e um avançado, fruto da disponibilidade financeira provocada pela saída da folha salarial de Zeegelar, Schelotto, Douglas e Bryan Ruiz. A vir mais um central, é claramente Tobias que será cedido. A recebermos um avançado, Dala estará a mais no plantel.

Existirão outras movimentações, mas estas serão as principais e delas dependerão as principais mexidas no plantel ou idas ao mercado.

Saudações Leoninas

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

21 dias

Em 21 dias o Sporting fez 6 jogos. Venceu 5, empatou 1 (sem que esse empate tenha comprometido qualquer objetivo). Jogou em intervalos de 3, 5 dias, tendo de gerir duas grandes metas: um bom início da Liga e um apuramento (que se tornou obrigatório face à sorte do sorteio) para a LC. A base da equipa foi quase sempre a mesma: Patricio, Piccini, Coentrão, Mathieu, Coates, Battaglia, Adrien, B.Fernandes, Gelson, Acuna e Dost e pesou bastante neste onze que só teve a espaços J.Silva, Doumbia, Petrovic, Podence e B.Cesar a compensar quer opções técnicas, quer a gestão de esforço de alguns titulares.

A factura foi elevada e ontem notou-se claramente que muitos jogadores estavam para lá do cansaço natural. Tivesse o Estoril outras armas e caudal ofensivo e a vitória ainda teria sido mais contestada. Coentrão, Acuna, Battaglia e B.Fernandes pagaram pela impetuosidade empregue a meio da semana e foi impossível de gerir esforço, simplesmente porque já não tinham mais como se esforçarem. Mas a história deste jogo em casa (e que ambiente meus amigos) porém poderia ter sido bem diversa. Aos 15 minutos o Sporting vencia por 2-0 e parecia que estava embalado para mais uma chapa 5, tal era a superioridade sobre o adversário.

Não que os leões tenham empregue grande rapidez ou pressão atacante no jogo, simplesmente a moral vai alta em Alvalade e tudo o que pode correr bem...corre mesmo. Foi muito cedo que abrimos o marcador e foi com grande efusividade que vimos um golo de livre directo...bem marcado (há quanto tempo...). O que veio a seguir foi um estratégico travão no ritmo, na procura do 3º golo e minuto após minuto, a equipa da casa recuaria e daria a posse de bola ao Estoril. O clube da linha não pareceu muito confortável nesse papel, mas ainda assim encontrou forma de andar na cabeça da área a tentar tabelinhas que desmarcassem um jogador para encontrar o golo.

Dos 15 minutos até aos 85 foi este o jogo. O Estoril a fazer o que nunca faz em Alvalade e o Sporting a conceder um domínio contra-natura até ao seu próprio estilo de jogo. Chama-se gerir a partida ou gerir o resultado, mas a verdade é que tendo ganho os 3 pontos, os leões sofreram demasiado para que se possa dizer que houve "boa gestão". É claro que a falta de frescura física alterou o que seria normal e essa é uma atenuante óbvia, mas ao longo da época irão existir muitos destes períodos e será preciso rever se o cansaço evidenciado pelos jogadores é apenas circunstancial ou se realmente JJ terá de fazer uma rotatividade mais concreta no futuro.

Outro factor que pesou na partida foi a indisponibilidade quer de William, quer de Adrien. A equipa parece ter superado bem a ausência de um (William), mas dois...e especialmente numa fase de tanta acumulação de partidas, foi visivelmente demais, quer para Battaglia, quer para B.Fernandes. Torna-se quase evidente que qualquer um destes jogadores a sair, terá de entrar alguém. A carga de responsabilidade e minutos é claramente grande demais para o elenco que existe no plantel (sem Adrien e William). Terá de ser um problema resolvido até à próxima partida, até porque no dia 10 de Setembro...já não haverá mais hipóteses de remendar o plantel.

Resta salientar o início competente da época e a adesão dos adeptos leoninos. Uma e outra coisa fazem parte da mesma equação e jogo a jogo, poderá crescer conjuntamente. Sem euforias, mas acreditando na competência e sobretudo ambição de todos.

Saudações Leoninas.

P.S. - Se sofri com a anulação do que seria o 3-1, festejei com a anulação do 2-2. Espero que a verdade impere sempre e cá estaremos para nos colocarmos ao lado da mesma, principalmente quando não nos for favorável. Acontecerá um dia.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Entre os melhores. Literalmente

Já se sabia que ficando no pote 4, o Sporting dificilmente apanharia um grupo acessível. Aliás essa nem sequer é a lógica da Liga dos Campeões para a maioria dos emblemas mais periféricos da Europa (como são os emblemas portugueses). Se os adversários já eram de monta, depois da reformulação da prova, os países com mais ranking ficaram ainda com mais acessos disponíveis retirando vagas a clubes com menos estatuto, elevando obviamente a fasquia e a dificuldade para os menos endinheirados.

Mas se as hipóteses de sair da fase de grupos com o apuramento se vão reduzindo, aumentam claramente as vantagens financeiras e aqui reside o atrativo maior da competição para nós e para 70% dos clubes na prova. E nesse aspecto não nos podemos queixar. Ter Juventus e Barcelona no grupo garante à partida muito mediatismo, bastante interesse na bilheteira e montras largas para possíveis exibições de encher o olho dos nossos jogadores. Fazer um grande jogo frente ao Guimarães é uma coisa, fazer igual prestação frente ao Barcelona é outra e no final das épocas isso...pode valer cheques bastante gordos.

Torna-se pois óbvio que o Sporting estando apto para discutir qualquer partida, terá ainda assim bastante dificuldade para rivalizar com estes dois pesos (muito) pesados quanto ao apuramento e isso só seria realidade de a equipa leonina estivesse vários furos acima do esperado e qualquer um dos outros, bastantes furos abaixo. Não é expectável, até porque é nesta prova que os grandes jogadores das maiores equipas querem afirmar o seu curriculo, mostrando a todo o continente e ao mundo o que valem.

Resta-nos provavelmente o apuramento para a Liga Europa e diga-se para os mais desconhecedores que o Olympiacos não é um parente pobre a desprezar. O "crónico" vencedor da liga grega perdeu alguma capacidade financeira (e capacidade para atrair vedetas) nos últimos anos, mas mantém plantéis muito competitivos, focadíssimos em brilhar na Europa e aproveitando a baixa competitividade da competição interna. É com eles que marcaremos o sucesso ou insucesso desta primeira fase das nossas competições Europeias.

Neste campo há que salientar que o calendário até nos foi simpatico. Abrimos na Grécia e fechamos com os mesmos em casa e se não existirem grandes surpresas, tudo dependerá de como iniciamos e acabamos a fase de grupos. Uma vitória ou empate em solo helénico garantirá uma vantagem a ter em conta.

Noutro plano ligeiramente diferente, a entrada na CL prevê imediatamente um encaixe que pode facilmente chegar às duas dezenas de milhões de euros. Uma verba que poderá assentar que nem uma luva ao equilibrio das contas deste início de época e o mais que previsível break even quanto aos investimentos realizados. Não é um dado a minorizar, sobretudo quando ainda negociamos muitos jogadores (William, Ruiz, Zeegelar, Schelotto) e já se sabe que ter trunfos na mão, permite pelo menos uma superioridade negocial que costuma ser agilizadora de maiores encaixes.

Aliás, o quadro da venda de William altera-se substancialmente e se pensarmos num West Ham, sem CL e a lutar por um lugar a meio da tabela podemos e devemos compará-lo com outra realidade que será lutar por títulos e enfrentar pelo menos duas vezes clubes como Juventus e Barça. A rivalidade com Danilo na selecção nacional pode ser ganha ou perdida por coisas destas.

SL


quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Entre os melhores

Falhar a Champions depois de tantos golpes de sorte (estatuto de cabeça de série e sorteio) seria um crime lesa confiança e se há clube que tem sido capaz de deixar os seus créditos por mãos alheias nas competições europeias...o Sporting é um deles.

O resultado de Alvalade foi tudo menos bom. Principalmente porque o Steua não fez quase nada para merecer regressar à Roménia com essa vantagem psicológica de ter ido a casa de um adversário bem melhor e não sofrer golos. Esperava-se uma subida de rendimento dos romenos e maiores dificuldades para o Sporting em impor o seu jogo.

Graças aos deuses do futebol, o treinador do Steua convenceu-se que tinha uma fórmula mágica para conter o Sporting e obrigá-lo a mais uma partida sensaborona, onde podia confiar na sorte de num contra-ataque fechar a eliminatória a seu favor. O que o tal "Dica" não entendeu (e ignorou completamente a exibição de Guimarães) é que o jogo leonino na 1ª mão foi muito mais engasgado que o normal e que tendo a obrigação de marcar na 2ª, dar-nos a condução de jogo e permitir-nos mais pendor atacante seria um erro. E foi.

A partir do momento que Doumbia inaugurou o marcador, a principal mossa estava feita. Já não haveria prolongamento nem penaltis e essa circunstância obrigava o Steua a também ter de marcar. Fê-lo com muita sorte e erros defensivos dos centrais leoninos. Chegava a segunda oportunidade de Dica entender a "big picture" e emendar a estratégia. Não o fez, bem pelo contrário...voltou a devolver a condução de jogo ao Sporting, tentando ganhar tempo para estudar a melhor forma de procurar o 2º golo. Foi a fase mais dividida do jogo ainda assim e onde os romenos (empolgados com a reposição de igualdade e deslumbrados com a atrapalhação sportinguista) mais interrogações colocaram na eliminatória.

O intervalo foi-se aproximando e Dica, deixando assentar os nervos da equipa leonina, perderia a única janela que teve realmente para mudar o destino da sua equipa. No início da 2ª parte mudaria um médio de ataque por outro e daria instruções claras para pressionar o último reduto do adversário. Demorou ao Sporting entender a nuance táctica e a mudança de paradigma do jogo, mas depois disso foi um festival de contra-ataque...algo para o qual o Steua não estava definitivamente preparado. O resto foi arte e engenho dos jogadores leoninos.

Pode ter chamado a atenção a nervoseira que muitos dos jogadores do Sporting evidenciaram nas alturas que o Steua mais acreditou, mas quem vê futebol há muitos anos sabe que por vezes há circunstâncias psicológicas que podem afectar os destinos das partidas. O Steua não tinha nada a perder e o Sporting tinha...tudo. Esta decalage de risco foi mais que óbvia em algumas partes do jogo e sejamos claros...foi mais o "medo do cão" que a ferocidade do mesmo.

E agora, como disse JJ é mesmo "desfrutar" da principal competição internacional de clubes, tentando fazer os brilharetes possíveis contra adversários bem longe do valor deste Steua. Há que acreditar sempre e fazer o melhor que se sabe...e ao contrário do treinador adversário ontem, arriscar o possível, pois sem ambição e apenas com cautelas, não vale a pena disputar este tipo de provas. Sabe JJ e sabemos todos nós que o forte desta nossa equipa não está (mais uma vez) na solidez defensiva. E quanto à estatística de 13-1 no rácio de golos em jogos oficiais...é bom, mas olhemos aos adversários e à sua qualidade atacante.

Saudações Leoninas.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Saídas e Entradas

Saídas

Ao que parece William não está assim tão confirmado na Premier League. Segundo as notícias existe uma diferença substancial entre o que o Sporting pede e o que os clubes ingleses querem dar. E aqui residem dois bons sinais: 1 - Não há assim tanto desespero para fazer a "tal" grande venda da época; 2 - Os bons valores do plantel não saem de qualquer maneira da equipa, mas sim pelos valores que a SAD considera ajustados. William é um óptimo jogador, ainda jovem mas já com muita competição principal no curriculo, internacional A e campeão europeu, não tem histórico de lesões graves e mantém uma folha disciplinar completamente imaculada. Isto tem valor, muito valor.

Entradas

Na Quarta-Feira, na Roménia decide-se a entrada do Sporting ou na Champions ou na Liga Europa. Depois de miraculosamente ter ficado como cabeça de série no sorteio e tendo saído de forma não menos afortunada o emblema teoricamente mais acessível do lote de adversários, resta à equipa leonina confirmar o seu favoritismo frente ao Steua e regressar a Portugal com uma vitória (ou empate com golos) e a entrada na principal competição mundial de clubes.

Não é tanto pelos milhões que pode perder que o dano de um insucesso poderá marcar a época da nossa equipa, mas sim pela oportunidade desperdiçada - desportivamente a equipa Romena é muito menos apetrechada de talento, tem muito menos soluções e só colectivamente e tacticamente poderá levar-nos de vencida.
É pois hora de mostrarmos o que valemos com conjunto e de JJ confirmar o seu estatuto, sobretudo não inventando soluções que a equipa não tem ou que a tornam menos eficaz dentro de campo. O tempo é de união e de confirmação. Se a nervoseira europeia não tomar conta dos nossos jogadores e aplicarmos tudo o que correu bem em Guimarães, até acredito que o jogo poderá ficar decidido bem cedo. Mas falta ainda fazer...tudo.

PS - Vai ser preciso cuidado redobrado com este árbitro. O nosso histórico recente aconselha-o.

Saudações Leoninas.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Uma diferença importante

Há para já uma diferença substancial entre a última época e a presente. Marcos Acuna, Piccini, B.Fernandes, Battaglia, Mathieu, Fábio Coentrão, Dumbia e A.Pinto não foram contratados para estarem no banco ou fora das convocatórias. Matheus Oliveira é, até agora, o que mais se aproxima com a taxa de aproveitamento do passado e um ou dois entre 12 aquisições é um desiderato bastante mais agradável.

Não podemos deixar de reflectir o que isto dará ao plantel durante a totalidade da época, até porque até agora apenas R.Semedo e P.Oliveira (jogadores com utilização efectiva) saíram do clube. É certo que estamos a chegar ao momento dos grandes negócios europeus, mas imagino que saindo algum peso pesado, os substitutos já estejam encontrados e de forma a que o plantel não perca competitividade.

Ainda será cedo para bater palmas ao "mercado" realizado pela SAD, mas há indicadores positivos que podem ser ampliados e com uma habituação e integração...muito melhorados.

Saudações Leoninas

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Agora é agarrar a sorte

Sinceramente, o Sporting não podia ter tido mais sorte no sorteio para a pré-eliminatória da LC. O Steua de Bucareste era mesmo, em teoria, o adversário mais acessível. Mas deste momento para a frente é preciso encarar o clube romeno com todo o respeito e seriedade, pois qualquer oponente tem obviamente a capacidade para discutir o acesso à fase de grupos. A alegria pelo resultado do sorteio tem de dar lugar à mobilização dos adeptos (para os jogos nas duas mãos) e sobretudo ao foco total dos jogadores.

Arrogância e descontração nunca foram bons aliados para chegar a objectivos e estar presentes na fase de grupos da Champions é um prémio demasiado valioso para embarcar em excessos de confianças prematuros. A nossa equipa e os adeptos têm de confirmar nos estádios e no relvado a sua superioridade e só então regozijar com a meta atingida. Relembro a directiva para esta época enunciada por BdC há vários meses: tolerância zero. E é isso que devemos fazer, todos. Principalmente dando tolerância zero à arrogância ou falta de apoio à equipa.

Saudações Leoninas



quinta-feira, 3 de agosto de 2017

"Gosto de dinheiro, desde pequeno"

Um jogador valer 220 milhões é qualquer coisa que faz pensar. O futebol está mesmo a mudar e os clubes a perder o controlo do mercado que criaram. Desengane-se que Neymar "escolheu" o PSG. Escolheu o dinheiro e mesmo descer os degraus competitivos que separam a Liga Francesa da Espanhola é peanuts face ao salário que ficará a ganhar. O que isto quer dizer sobre a tal "indústria" do desporto-rei? Infelizmente nada de bom e tudo de bom, conforme a visão de quem observa o fenómeno.

Se formos adeptos de um desporto totalmente liberal, onde quem tem mais dinheiro vence na maioria dos casos pois pode formar melhores equipas...a transferência de Neymar é só mais um hino à força do capital para impor a sua democraticidade condicionada. Se ao invés, formos um pouco mais conservadores e temermos a lei do mais rico, diminuindo a história e o mérito das organizações...este é um profundo sinal de alerta. Sou claramente um "desconfiado" quanto ao futebol-indústria e mais ainda quando metade das conversas sobre bola já são sobre questões financeiras.

Olho para o recém-promovido Girona, pequeno emblema catalão que após ser comprado por um grupos de investidores, tornou-se numa espécie de satélite do Manchester City (um emblema que como sabemos também é detido por capital árabe). Alguém sabe o que poderá valer este clube daqui a 2 ou 3 anos se for porto de abrigo a um imenso (e expectável) investimento externo? Poderá lutar por uma vaga europeia, por finais de Taças do Rei, algo mais até? De repente um clube de 4.000 adeptos, com um estádio com capacidade para 9.000 pessoas pode acelerar um percurso que naturalmente lhe poderia demorar uma ou mais décadas a fazer. E qual o mérito? Dinheiro.

Temo pelo tempo em que ser um grande clube signifique ter um grande investidor e que os adeptos ou as vitórias deixem de ser a razão de grandeza. Quando já nada mais interessar do que ter o financiador mais abonado, o futebol pertencerá às empresas e os clubes serão meras barrigas de aluguer. Essa será a era do futebol sem espectadores (figurantes sem expressão) e dos jogos sem paixão. Sem exemplo nas NBA e NFL ou MLB, pois estas têm profundo sentido regional ao contrário dos grandes emblemas europeus...e temo por essas comparações, como me assusta o deleite que os meios de comunicação exibem com a passagem de Neymar para o PSG. "É uma notícia marcante". Pois é, mas e que tal pensar sobre o que significa?

Saudações Leoninas.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

À sombra, escondendo os baldes

Num dia o Benfica consegue dizer (de fonte oficial que não é oficial) que não foi notificado pelo IPDJ quanto à suspensão do Estádio da Luz e no dia seguinte entregar um novo regulamento que anula o motivo de suspensão (do qual não tinha conhecimento). Ao terceiro dia é levantada a interdição, não sem antes Vieira ter afirmado que tinha a certeza que tal iria suceder.

Um caso decidido a uma velocidade tão acentuada que só pode indicar uma coisa: o Benfica tem acessos "especiais" ao desenvolvimento processual dentro do IPDJ e especial diferimento quanto às suas conclusões. Como se explicaria então que um processo guardado na gaveta durante anos, tenha levado 2 dias (!!!) a contra-argumentar e 1 dia (!!!) a aceitar o contraditório?!
Isto não é sério e não pode ficar à margem de uma averiguação interna! O IPDJ é uma entidade pública, paga com o dinheiro dos contribuintes e no mínimo carece de uma longa explicação, pública, todo este "caso das claques".

Sugiro uma leitura bastante atenta ao post do Mister do Café sobre o caso:
http://misterdocafe.blogspot.pt/2017/08/impunidade-total.html

Sinceramente já não há palavras para o grau de influência a que entidades de serviço público permitem ao clube encarnado. Só neste caso estão completamente comprometidas as acções e as regulamentações de PJ, PSP, Ministério Público, Secretaria de Estado do Desporto, IPDJ e FPF. Tudo porque as claques do Benfica não querem ser legalizadas, como todas as outras...mas querem receber os apoios, como todas as outras. Aparentemente podem fazê-lo e com o alto patrocínio de todos estes responsáveis políticos, jurídicos e policiais.

Confesso que os restantes clubes e respectivas claques até têm revelado uma enorme paciência com todos estes privilégios, mas poderá estar para breve uma posição conjunta (pelo menos das claques que não temem as retaliações do Estado Lampiânico) quiça mostrando aos responsáveis que se a lei não é para todos, não serve para nenhum. E aí quero ver se o IPDJ consegue manter-se à sombra da bananeira, enquanto esconde os baldes de merda do clube de Carnide.

Saudações Leoninas

terça-feira, 1 de agosto de 2017

A cedência da lei, estimula o crime

O problema da legalização das claques é antigo e tarda em ser entendido na sua extensão verdadeira. Não é uma questão de ter ou não ter uma claque organizada, como a imprensa faz questão de nos narrar, mas sim se vamos evoluir para a institucionalização dos grupos de adeptos organizados.
É que de um lado só há vantagens e do outro há apenas a eternização de velhos problemas, como a não existência de um corpo jurídico, uma correspondência que possa ser incriminada em caso de infracções, que as há, aos molhos durante o ano desportivo.

Nenhuma claque deseja ser reconhecida como "organização" e só o aceitaram pois os clubes fizeram disso depender a continuidade de apoios, diga-se bilhetes a preços controlados, cedência de instalações e em alguns casos apoio nas deslocações aos jogos fora. Mas houve um clube que decidiu dar esses apoios em troca de zero responsabilização - o Benfica. Ao fazê-lo e nunca explicou as razões dessa tomada de posição, distorceu o equilíbrio e até a evolução das outras claques como assunção daquilo que deviam ser - grandes massas de apoio às suas equipas nos estádios.

A filosofia de banditismo e aventura criminal é um cancro que devora a reputação e legitimidade das claques de futebol. Caminhar para a extinção desta lógica é avançar para a legalização, normalização e reconhecimento legal das suas estruturas e isso devia ser o que os clubes desejariam, mas infelizmente há um clube que não parece muito preocupado com esse desenvolvimento, juntando-se neste como noutros casos ao lado mais obscuro, mais opaco, mais duvidoso da gestão desportiva. O recente "caso IPDJ" só mostra o quanto estão apostados em dissimular a verdade, em contornar leis e regulamentos, em fazer prevalecer os estatutos de irresponsabilidade, quando pelo histórico são os maiores provocadores de ocorrências graves, como o homícidio de outros adeptos.

Fica no ar uma total conivência da direcção de LFV para com a marginalidade destes "grupos de sócios" e uma forte marcha atrás no caminho da pacificação do nosso futebol. Desta vez até contaram com o Instituto Português para o Desporto e Juventude que se acobardou, preferindo ceder em vez de interceder a favor da legalidade e a favor de ambientes mais seguros nos estádios e nos acessos aos jogos. A fotografia não podia ser pior e os mesmos que deviam proteger o desporto e os adeptos foram, neste caso, os mesmos que lavaram as mãos com o sangue das próximas vítimas. Porque se tarda em respeitar os verdadeiros lesados deste embróglio...os adeptos e uma convivência do futebol num contexto de família.

Tudo porque não há coragem em cumprir a lei. Assim o crime ou a conivência com o mesmo, de certeza que compensa, pois não há outro argumento que me convença que essa é a verdadeira razão pela qual não se quer ver uma claque legalizada...a manutenção dos "braços armados" que dependem só e apenas só da carteira de quem manda no clube. É no fundo a mesma coisa que ter seguranças privados profissionais e capangas a soldo. Diz muito mais de quem os paga.

Saudações Leoninas.